Após três anos de espera, os moradores da avenida Ernesto Neugebauer, no bairro Humaitá, veem perspectivas de finalização nas obras de duplicação da via, na zona Norte de Porto Alegre. De acordo com a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, cerca de 80% dos trabalhos foram concluídos após a retomada, em janeiro. O projeto completo, que prevê, além de pavimentação, ciclovia, sinalização e iluminação pública, está sendo executado pela empresa Pedraccon.
O custo inicial, de cerca de R$ 21,9 milhões, subiu para pouco mais de R$ 23 milhões. A ordem de início dos trabalhos de pavimentação havia sido dada em abril de 2016, com previsão original (ainda na gestão do ex-prefeito José Fortunati) de 12 meses de duração. Em 2017, no entanto, entraves na execução dos trabalhos atrasaram todo o processo.
A atual gestão sustenta que a paralisação de obra ocorreu, entre outras razões, devido a um impasse referente ao serviço de reforço de rachão (na prática, a obra ficou mais cara e demorada em virtude de uma necessidade de reforço no solo). Além disso, os pedidos de mais prazo e valor extra só receberam o aval da Câmara de Vereadores em julho do ano passado.
Essa autorização veio, justamente, a partir da lei número 12.456, que altera o Anexo da Lei nº 11.395, de 27 de dezembro de 2012, autorizando o Executivo Municipal a remanejar os recursos de empréstimo para obras da Copa do Mundo Fifa de 2014. Assim, a Prefeitura foi autorizada a captar recursos através desse artifício para algumas obras, entre elas a retomada da duplicação da Neugebauer.
Moradores se dizem aliviados
“Agora tá melhorando, em comparação com o que era antigamente, era uma buraqueira só”, relata o morador Paulo Roberto dos Santos. “Era horrível, não dava pra circular, era carro estragando, carro ilhado. Alí (aponta para um trecho, nas proximidades com a Amyntas Jaques de Moraes) era uma piscina, os carros achavam que era raso, mas acabavam afundando. Só com guincho pra tirar”, conta.
Já Regina Batista, moradora da rua há 25 anos, também recorda o problema trazido pela obra inacabada: “fizeram os buracos lá e deixaram. Foi terrível, pra pegar o ônibus a gente tinha que se deslocar pro outro lado do parque, fazer toda essa volta”, lamenta. “Até ficou uma calçadinha, mas era pedestre, carro, motoqueiro, todo mundo na calçada”, recordou.
O que falta?
A primeira etapa, entre a rua José Pedro Boéssio e a Ely Leite Urdapiletta, ficou pronta ainda antes da paralisação. A obra parou, então, no trecho entre a Ely Leite Urdapiletta e a Amyntas Jaques de Moares. Agora, a maior parte do trecho até a avenida Dona Teodora está pronta.
Neste momento, as obras mais contundentes ocorrem entre a José Pedro Boessio, que também recebe obras de infraestrutura, até o entroncamento com a BR-290. A Prefeitura, no entanto, evita dar prazos para a conclusão dos trabalhos em andamento.