O presidente Jair Bolsonaro revelou durante entrevista exclusiva à Record TV, na noite desta segunda-feira, que o governo brasileiro negocia com os Estados Unidos sobre o restabelecimento das tarifas sobre o aço e o alumínio, anunciado pelo presidente Donald Trump na manhã desta segunda-feira. O presidente norte-americano usou o Twitter para anunciar a medida sobre as importações do Brasil e da Argentina que, conforme ele, estão com as moedas desvalorizadas artificialmente. Bolsonaro afirmou que a decisão de Trump é parte de uma “estratégia política” e que está confiante em uma negociação nos próximos dias. Quando questionado sobre a permanência da decisão, Bolsonaro disse: “caso não tenha sucesso, me enganei sobre Trump”.
Em entrevista, Jair Bolsonaro voltou a reforçar que a economia brasileira encontra-se em um cenário positivo. Como parte disto, citou a aprovação da reforma da Previdência – segundo ele, o pacote mais importante proposto pelo governo. Para o presidente, o cenário favorável estimula ações externas para “desestabilizar” a economia. Como é o caso da declaração sobre o AI-5 dada pelo ministro Paulo Guedes. O pronunciamento de Guedes, que ocorreu no dia 25 de novembro, recebeu críticas de dezenas de autoridades, entre elas o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Na ocasião, o ministro afirmou que as pessoas “não deveriam se assustar se alguém pedir o AI- 5” diante de convocação de manifestações por lideranças da esquerda, como o ex-presidente Lula.
Para Bolsonaro, citar AI-5 enquadra-se como liberdade de expressão. “Não vejo nada de mais. Não vejo porque tanta pressão por causa disso. Pediram a cabeça de Guedes pra mim”, declarou, sem citar quem.
Sobre as ações do ex-presidente Lula, Bolsonaro disse que não vai responder as críticas que recebe sobre o assunto. Quando questionado sobre a soltura do ex-presidente, Jair disse que respeita decisão dos Poderes. Mas, politicamente, vê que Lula o beneficia ao “provocar um discurso de intolerância.”
O presidente também respondeu às declarações do ex-ministro Gustavo Bebianno de que a democracia está em risco. Bolsonaro afirmou que não merecia falar sobre Bebianno, não queria lembrar porque ele foi demitido e avaliou que o ex-ministro deve estar feliz ao lado do governador de São Paulo, João Doria. Nesse domingo, Bebianno assinou a filiação ao PSDB.