Após liminar do TST, petroleiros do RS suspendem greve

Paralisação, programada para se estender até sexta, durou apenas 24h

Foto: Alina Souza/CP

A greve dos petroleiros, programada para durar até sexta-feira, acabou suspensa na manhã desta terça. O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS) informou que a medida decorre da decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, que determinou multa diária de R$ 2 milhões aos sindicatos de petroleiros e à Federação Única dos Petroleiros (FUP) em caso de manutenção do movimento. Com isso, a paralisação durou 24h, em vez de cinco dias, como planejado.

Nessa segunda-feira, o ministro decidiu suspender o repasse das mensalidades dos Sindicatos filiados à FUP e ordenou o bloqueio cautelar das contas das entidades. Para o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, a decisão do TST se mostrou totalmente arbitrária, inédita, mas não surpreendente, diante da conjuntura política que o Brasil se encontra.

“Deixamos claro que a greve dos petroleiros não tinha o objetivo de causar desabastecimento ou qualquer prejuízo à população. Não houve interrupções de trabalho e corte de rendição. Todos os setores e trabalhadores seguiam operando normalmente”

Conforme o presidente do sindicato, a mobilização dos petroleiros envolvia ações solidárias, sem prejuízos à população “Envolvia doação de sangue e postos com preços justos. O nosso objetivo era levar ao conhecimento dos gaúchos os impactos e os prejuízos que a Petrobrás vai causar ao estado, caso ela nos abandone. Preços dos combustíveis vão subir, municípios vão falir e o estado vai quebrar ainda mais. A nossa greve não era ideológica e nem corporativista, era um alerta, um clamor às autoridades para que não deixem a Petrobras dar adeus ao Rio Grande do Sul”, completou.

Greve

Em coletiva de imprensa, o Sindipetro/RS confirmou o início da greve, na segunda-feira, em protesto contra o risco de demissão e transferência de trabalhadores. O movimento começou mesmo após a Petrobras obter uma liminar contra a paralisação, que estabelecia multa de R$ 2 milhões em caso de contrariedade à decisão. Na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, nessa segunda-feira, 85% dos funcionários da estatal paralisaram as atividades.

Na decisão que previa multas de R$ 2 milhões a cada unidade afetada pela greve, o ministro Ives Gandra considerou que os petroleiros recém assinaram um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e que não fazia sentido arguirem descumprimento de cláusulas por parte da Petrobras.