A Polícia Civil está mobilizada para mais um caso de latrocínio em Porto Alegre. O assassinato do contador Carlos Alberto Moreira Zanchy, 65 anos, ocorrido na noite de domingo passado no bairro São João, é investigado com prioridade pelos agentes da 4ª DP. “Estamos tratando desde o primeiro momento do fato como latrocínio tendo em vista a falta do telefone celular. Em razão disso foi um roubo seguido de morte”, afirmou na manhã desta segunda-feira o delegado Cristiano Reschke. Ele observou que não foram roubados quase R$ 300 reais em dinheiro, documentos, relógio e corrente da vítima.
“O assaltante se assustou e não gastou um tempo retirando os objetos, mas preocupou-se com a fuga”, acrescentou, acreditando que não se trata da ação de alguém experiente neste tipo de delito mas um “despreparado”. Mesmo assim, o trabalho investigativo vai apurar outras hipóteses, como homicídio, para não existir dúvidas sobre o crime. O primeiro atendimento da ocorrência foi realizado pela Brigada Militar que isolou a área para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Em seguida, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado.
Ataque de surpresa
Segundo o delegado Cristiano Reschke, Zanchy deixou o carro em uma garagem e caminhou até a frente do prédio de uma irmã, na avenida Benjamin Constant, em frente ao viaduto José Eduardo Utzig, coincidentemente distante cerca de 100 metros da própria delegacia situada no outro lado da avenida. Como o interfone do edifício não funcionava, o contador pegou o celular e ligou para a irmã com o intuito de avisar que estava embaixo. Neste momento, o criminoso aproximou-se de surpresa e desferiu um violento golpe que atingiu a têmpora direita da vítima que tombou na calçada, ao lado de um poste de concreto da rede de energia elétrica, com um corte linear e não muito profundo na região atingida. O aparelho telefônico caiu no chão e foi levado pelo criminoso, restando apenas a capinha no solo.
Aguardando os laudos do IGP que vão esclarecer a causa da morte, o titular da 4ª DP descartou o emprego de uma arma de fogo, faca ou canivete no crime. O delegado Cristiano Reschke especulou que pode ter sido algum objeto “contundente e cortante”. Uma soqueira, uma garrafa quebrada ou um pedaço de pau podem ter sido, por exemplo, empregados pelo assassino. Ele não descartou também a possibilidade de que a vítima morreu em decorrência de uma forte hemorragia interna. “Quando o Samu chegou já estava morto”, constatou. “Não tinha grande quantidade de sangue. A contusão foi suficiente para causar a morte”, avaliou.
Desde a madrugada e manhã desta segunda-feira, os agentes estão percorrendo toda a região em busca de imagens de câmeras de monitoramento, prováveis rotas de fuga do criminoso e identificando moradores de rua que vivem na área, entre outras diligências. Acreditando que alguém pode ter visto algo ou sabe de alguma coisa, o delegado Cristiano Reschke lembrou que os telefones gratuitos 197 da Polícia Civil e 181 da Secretaria da Segurança Pública do Estado recebem informações mesmo sob anonimato do denunciante.