O governador Eduardo Leite fez o pronunciamento de abertura do congresso estadual do PSDB, em Porto Alegre, e voltou a defender seu pacote de revisão das carreiras públicas e da Previdência do funcionalismo estadual. “O PSDB sempre olhou para as reformas necessárias para construir um ambiente favorável para quem quer empreender. Isso significa ter responsabilidade com as finanças públicas. Para que a máquina seja eficiente, o Estado não pode gastar mais do que arrecada”, comentou neste sábado.
Leite disse que o governo empregou, até o mês de agosto, 82% da receita estadual prevista para o ano no cumprimento das obrigações com a folha de pagamento dos servidores. Segundo o governador, a redução da estrutura funcional do Estado tornou-se “urgente”. “O que estamos propondo pode não ser o ideal, não é o mundo dos sonhos, mas temos que tirar o Estado dessa condição que o impede de investir em estradas, escolas, saúde”, argumentou.
O governador citou as críticas que seus projetos vêm recebendo, principalmente sobre a proposta de alteração na carreira do Magistério, e disse considerá-las, em parte, injustas. “Essa carreira, como está, foi desestimulando o Estado de investir em seus professores. Hoje, para melhorar o salário do professor que está em sala de aula, é preciso pagar quatro que já estão aposentados. Tenho o maior respeito pelos aposentados, mas temos que fazer escolhas”, comentou, ao defender o fim da incorporação de gratificações à aposentadoria.
Eduardo Leite também destacou seu entendimento, baseado em fundamentos do próprio partido, de que o desenvolvimento econômico e social está vinculado à redução da estrutura pública. “O Estado é pesado. Queremos aderir ao Regime de Recuperação Fiscal que nos permite adiar o pagamento da dívida com a União e, mais que isso, cria uma janela de oportunidades para reformas na máquina. Mas só o regime não adianta, o Rio Grande do Sul precisa fazer uma cirurgia bariátrica. Não tem mais medida simpática para resolver a situação dramática do Estado”, comparou.
Eleições 2020
O presidente nacional do PSDB, deputado federal Bruno Araújo, declarou que o partido projeta reestruturar suas bases na eleição municipal do ano que vem para viabilizar uma candidatura própria à Presidência da República em 2022. “Neste cenário de grande polarização, o papel do centro é dialogar com os diversos setores da sociedade e apresentar uma alternativa para a população brasileira”, discursou.
Araújo esteve na Capital para lançar a iniciativa tucana de realizar uma consulta aberta entre os filiados com objetivo de colher opiniões e formar diretrizes para os próximos anos. “Em 2018 passamos por um tropeço, mas vamos reorganizar nossa base para termos a condição de apresentar um candidato e uma proposta para o Brasil em 2022. Sabemos que o eleitor brasileiro não escolhe partidos e, sim, líderes. O governador do Rio Grande do Sul é um desses líderes. Eduardo Leite é uma das apostas para o futuro do PSDB”, sinalizou o presidente tucano.