Fiscais agropecuários vão entrar em greve contra o pacote do governo Leite

Assembleia da categoria vai ocorrer na terça-feira. Inspeções sanitárias e vegetais de alimentos serão impactas pela paralisação dos servidores

Foto: Fernando Dias/Seapdr

Nesta terça-feira, os fiscais agropecuários do Estado vão dar início à greve da categoria, por tempo indeterminado, em protesto contra o pacote enviado pelo governo ao Legislativo que revisa a estrutura do funcionalismo e altera o plano de carreira dos servidores. A assembleia, convocada pelo Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Estado (Sintergs), que engloba a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro), está marcada para ocorrer às 9h no Hotel Everest, no Centro de Porto Alegre. A paralisação da categoria também é motivada pelo parcelamento recorrente de salários, que já chega a 48 meses, aliada a falta de reposição salarial que perdura por cinco anos. Nesta semana, o Magistério já entrou em greve conta o pacote do Executivo.

Atualmente, o Estado conta com aproximadamente 350 fiscais agropecuários. Em função das alterações na reforma da Previdência somadas às propostas encaminhadas pelo Executivo gaúcho, quase 300 servidores do quadro da Secretaria da Agricultura deram entrada aos pedidos de aposentadoria.

Conforme o presidente da Afagro, Antonio Augusto Medeiros, pelo menos 30% do quadro de pessoal prestará atendimentos de fiscalização agropecuária. “Os frigoríficos, tanto de aves, bovinos e suínos, que tem inspeção estadual feita por fisais estaduais vão parar as atividades. A questão de defesa sanitária animal também será paralisada, assim como a fiscalização de deriva de agrotóxicos”, adverte. Medeiros pontua também que as emissões da Guia de Trânsito Animal (GTA) também serão impactas com a greve dos servidores. Nos postos de fiscalização de divisas, as atividades também serão suspensas.

A Afagro pretende abrir um canal de diálogo com o governo para discutir as propostas debatidas na Assembleia. Como condicionante para suspender a paralisação, os fiscais exigem a retirada do regime de urgência das propostas além da revisão de diferentes pontos dos projetos protocolados pelo governo.