Justiça de SP determina quebra de sigilos do ministro Ricardo Salles

Político é alvo de investigação por suposto enriquecimento ilícito

Ministro Ricardo Salles. Foto: Lucas Rivas

A Justiça paulista determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de uma investigação por suposto enriquecimento ilícito conduzida pelo Ministério Público Estadual (MP-SP) desde junho. A decisão é de segunda-feira, da 10ª Câmara de Direito Público. O MP-SP já havia solicitado os dados do ministro em duas ocasiões, mas os pedidos haviam sido negados pela Justiça.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a investigação apura como o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018 e é conduzida pelo promotor Ricardo Manoel Castro. Ela teve início em julho a partir de representação feita por uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.

Salles nega irregularidades. “Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo”, disse o ministro à reportagem do Estadão. Em uma declaração feita à Justiça Eleitoral em 2012, quando se candidatou a vereador, o ministro apresentou a declaração com o primeiro valor. Ela consistia em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto.

Em 2018, Salles concorreu a deputado federal pelo partido Novo. À Justiça, informou possuir dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil. Neste período, o ministro ocupou dois cargos do governo Geraldo Alckmin (PSDB): entre março de 2013 e novembro de 2014, o de secretário particular do ex-governador, e entre julho de 2016 e agosto de 2017, o de secretário do Meio Ambiente.

Defesa

Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou: “Todos os rendimentos e bens do Ministro foram declarados, não havendo nenhum receio acerca da análise de seus dados”.