O governador Eduardo Leite participou, nesta quarta-feira, da reunião-almoço “Tá na Mesa”, da Federasul, e reforçou a necessidade de reduzir o tamanho do Estado e de estimular o empresariado. Na ocasião, também confirmou que “dificilmente” vai conseguir cumprir a promessa de pagar o funcionalismo em dia até o fim do ano. Em novembro, os servidores estaduais enfrentaram o 48º mês de atraso e parcelamento salarial.
Antes do evento, um grupo de professores protestou em frente ao prédio da Federasul. Os servidores jogaram leite em uma rampa de acesso para cadeirantes, um trocadilho com o sobrenome do governador. “Leite mente” e “Dinheiro tem”, diziam algumas das faixas, enquanto outras advertiam para a sonegação de impostos.
Os professores foram, inclusive, tema da fala inicial do governador. Após saudar a parceria da Federasul e reforçar a desoneração do ICMS a partir de 2020, Leite focou na questão do magistério. Ele citou um aporte de R$ 270 milhões ao longo dos próximos três anos para a categoria, com recursos que ampliarão o abono familiar e o não estorno do vale-alimentação.
Segundo o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, as medidas citadas pelo governador poderão gerar R$ 915 milhões em 10 anos. O magistério está em greve desde segunda-feira, protestando contra a perda de direitos, como as vantagens temporais. Já o governo justifica que vai poder pagar o piso salarial da categoria caso o pacote seja aprovado pela Assembleia Legislativa.
Leite ainda garantiu que o atual plano de carreira representa um entrave para os ganhos dos professores, justamente em função do efeito cascata. “É preciso aportar muito para representar pouco aos professores”, complementou. O governador ainda apelou à categoria para que mantenha as atividades e participe das discussões dos projetos.
Além disso, o governador reforçou a intenção de seguir dialogando com os servidores e com o Legislativo para a aprovação do pacote de medidas enviado pelo governo. “Não existe um dinheiro do governo, existe dinheiro do pagador de impostos, já diria Margareth Tatcher. Se o legislativo optar por aumentar os gastos, nós vamos ter que achar de onde tirar o dinheiro. Tinha um secretário meu em Pelotas que dizia: ‘tem dinheiro pra tudo, só o senhor me dizer onde não vai ter'”, encerrou.