A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, apresentou, nesta quarta-feira, o projeto de lei do Regime Eleitoral Transitório para convocar novas eleições. Ao divulgar o texto no Palácio Quemado, sede do governo, em Paz, a senadora explicou que o texto ainda pode ser alterado.
Segundo a mandatária, cabe à Assembleia Legislativa realizar a eleição dos membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a Corte, posteriormente, defina a data do pleito.
“Que Deus permita que tenhamos eleições transparentes, que Deus ilumine a Assembleia Legislativa Plurinacional para que ele possa escolher personalidades comprovadas, por mérito, que garantam a todos os bolivianos um processo transparente”, disse Añez.
De acordo com o ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, os integrantes do TSE devem ser eleitos no prazo máximo de 15 dias após a aprovação da lei. Ele também frisou que o projeto anula as eleições de 20 de outubro – nas quais, de acordo com auditoria da Organização dos Estados Americanos, houve fraude.
Confrontos entre apoiadores do ex-presidente Evo Morales e forças governistas já deixaram 32 mortes em um mês.
Esse é o segundo projeto recebido pela Comissão de Constituição do Senado. Nessa manhã, o senador Efraín Chambi, do Movimento para o Socialismo (MAS), apresentou outro texto, também propondo novas eleições.
De acordo com o governo interino, os dois lados já concordaram que nem o ex-presidente Evo Morales e nem o ex-vice, Álvaro García Linera, poderão se candidatar.