A Polícia Civil confirmou, nesta terça-feira (19), que a bala que matou Ágatha Félix, de 8 anos, foi disparada por um policial militar. O agente trabalhava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, no complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com o inquérito, o PM tentava atingir dois suspeitos que estavam em uma moto, mas o tiro ricocheteou em poste e atingiu a menina, no dia 20 de setembro.
O policial militar será indiciado por homicídio doloso – quando há intenção ou se assume o risco de matar. Segundo a investigação, há um “erro de execução por parte do PM” na ação que vitimou Ágatha. Agora, a Polícia Civil deve enviar o relatório ao Ministério Público, que poderá formalizar a denúncia ao Judiciário.
Para concluir o inquérito, a instituição ouviu depoimentos de testemunhas e policiais militares. A investigação também realizou perícias na Kombi onde Ágatha estava, no projétil retirado da menina e na arma dos policiais. Uma reprodução simulada, feita no dia 1º de outubro, tentou esclarecer a dinâmica em que Ágatha foi atingida. Na época, o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Antônio Ricardo Nunes, explicou que as testemunhas participaram da reconstituição encapuzadas para a preservação da identidade.
Em nota, a Polícia Civil declarou que vai pedir o afastamento do policial da UPP. A instituição ainda proibiu o contato dele com qualquer testemunha do caso, que não seja da Polícia Militar.