Sem acordo com oposição, Bolívia pode ter eleições por decreto

Hoje, manifestantes pró-Evo bloquearam estradas, dificultando a distribuição de alimentos e de combustíveis

Apoiadores de Evo Morales foram às ruas na Bolívia | Foto: Reprodução/RecordTV
Apoiadores de Evo Morales foram às ruas na Bolívia | Foto: Reprodução/RecordTV

O ministro da Presidência da Bolívia, Jerjes Justiniano, afirmou hoje que o governo de Jeanine Áñez, presidente autoproclamada do país, considera a convocação de novas eleições, por decreto, caso não haja acordo no Congresso com os representantes do partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS).

“Se percebermos que há dificuldades para convocar as eleições, uma das sugestões é que convoquemos eleições imediatamente por meio de algum outro instrumento legal”, afirmou Justiniano.

A convocação de eleições por decreto já ocorreu antes na Bolívia, no mandato do presidente provisório Eduardo Rodríguez Veltzé (2005-2006), e serve como jurisprudência para o atual governo. Apesar de governo e oposição afirmarem que querem paz e diálogo, ainda não se sabe como o Congresso deve se posicionar em relação a um novo pleito.

O MAS detém maioria no Senado e na Câmara e pode barrar votações importantes como a convocação de novas eleições. As eleições gerais do dia 20 de outubro foram anuladas devido a irregularidades detectadas auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Renúncia

No último dia 10, pressionado pelas Forças Armadas, o ex-presidente Evo Morales renunciou ao cargo de presidente e se asilou no México. Inicialmente, a posse do novo presidente era prevista para o dia 20 de janeiro de 2020.

Hoje, manifestantes pró-Evo bloquearam estradas, dificultando a distribuição de alimentos e de combustíveis e afetando principalmente as cidades de La Paz e El Alto. O governo afirmou hoje que vai se reunir com produtores para evitar o aumento de preços no país.