O confronto dessa sexta-feira entre as forças de segurança da Bolívia e apoiadores do ex-presidente exilado Evo Moralesdeixou pelo menos oito mortos e 125 feridos, segundo informações de agências de notícias.
A maioria dos mortos e feridos em Sacaba, perto da cidade de Cochabamba, foi baleada, disse Guadalberto Lara, diretor do Hospital México na cidade, à agência Associated Press. Ele classificou o episódio como a pior violência que já viu em seus 30 anos de carreira. Manifestantes furiosos e parentes das vítimas se reuniram no local dos tiroteios, gritando “Guerra civil, agora!”.
Dirigente cocalero, Leonardo Loza garantiu que o grupo seguirá em mobilização, apesar das mortes. “Outra vez nos massacararam, mas seguiremos na luta com mais força”, afirmou ele, que condenou o uso desproporcional de força por parte da Polícia e dos militares, de acordo com o jornal La Razón.
Morales, que recebeu asilo no México após sua renúncia em 10 de novembro, disse no Twitter que um “massacre” havia ocorrido e descreveu o governo interino liderado por Jeanine Anez como uma ditadura.
Conforme o jornal El Deber, há relatos de falta de carne em um dos mais importantes centros de abastecimento da capital La Paz. Em razão das manifestações, o teleférico de La Paz suspendeu suas operações neste sábado. A via de ligação entre La Paz e a cidade vizinha de El Alto também foi bloqueada por manifestantes.