Prefeituras empregam mais que iniciativa privada em 56% das cidades pequenas

Municípios com menos de 5 mil habitantes e com arrecadação menor que 10% da receita podem ser extintos com proposta do governo federal.

Nova Araçá, com 4.759 habitantes, pode ser uma das cidades extintas | Foto: Divulgação/Famurs/Prefeitura de Nova Araçá
Nova Araçá, com 4.759 habitantes, pode ser uma das cidades extintas | Foto: Divulgação/Famurs/Prefeitura de Nova Araçá

Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo conferiu os maiores empregadores em cidades que podem ser extintas pela proposta do governo federal anunciada neste mês. Segundo a publicação, divulgada neste sábado, em 56% dos municípios, há mais funcionários nas prefeituras do que nas empresas privadas. Os dados são referentes ao ano de 2018 e foram obtidos na Relação Anual de Informações Sociais da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.

No pacote de reforma do Pacto Federativo, o ministro Paulo Guedes apresentou um plano de extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita. As unidades seriam incorporadas por cidades vizinhas em 2025. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, 1.217 cidades brasileiras seriam afetadas. O Rio Grande do Sul é o estado com mais municípios ameaçados de extinção, com 228.

Números

Somados, os municípios alvo da medida têm 4 milhões de habitantes. Segundo a Folha, 253 mil pessoas (6,2%) são servidores municipais e podem perder o emprego caso suas cidades sejam fundidas a outras. O jornal pontua que há, em média, um funcionário público a cada 16 moradores. A parcela da população que trabalha no setor privado é um pouco maior. Trabalhadores com carteira assinada totalizam 309 mil pessoas (7,6%).

Nas câmaras de vereadores, o impacto da reforma também seria grande. Há aproximadamente 5,5 mil servidores entre concursados e celetistas. Além de 10 mil vereadores, prefeitos e vice-prefeitos.

O levantamento da publicação ainda conferiu a renda dos moradores de municípios pequenos. A remuneração média no setor público é de R$ 2.109; enquanto, no setor privado, é de R$ 1.575.