Policiais civis avaliam iniciar “operação padrão” contra pacote de medidas do governo do RS

Categoria promove paralisação para mostrar contrariedade as medidas que querem alterar regras das carreiras dos servidores

Foto: UGEIRM / Divulgação

Servidores da Polícia Civil vinculados ao Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (UGEIRM) irão avaliar na próxima segunda-feira o início de uma “operação padrão”. A medida da categoria ocorre em contrariedade ao pacote de medidas proposto pelo governo do Estado que pretende alterar as regras das carreiras e da Previdência do funcionalismo.

Nesta quarta e quinta-feira, os policiais estão fazendo uma paralisação em todo o Estado. O sindicato que representa os servidores estima adesão maciça. “É uma das maiores mobilizações dos últimos anos”, avaliou o vice-presidente da entidade, Fábio Castro. A categoria, que montou um piquete em frente ao Palácio da Polícia, irá realizar, na tarde desta quinta-feira, caminhada até o Palácio Piratini, onde pretende participar de um ato unificado com outras entidades do funcionalismo estadual.

Durante a paralisação de dois dias, apenas casos graves foram atendidos e nenhuma operação foi deflagrada. Na segunda-feira, os servidores irão avaliar o início de uma operação padrão que consiste em executar apenas os serviços básicos. Serão cumpridos apenas mandados de busca e apreensão e operações que forem de extrema urgência. Além disso, viaturas e equipamentos que não estiverem adequados não serão utilizados pelos policias. “Provavelmente, nós iniciaremos uma operação padrão na segunda-feira. Vamos exigir para qualquer ação que toda a estrutura esteja em dia”, explica Castro.

O vice-presidente da Ugeirm Sindicato adiantou que se trata de uma primeira mobilização contra o pacote do governo. Fábio Castro informou ainda que até o final do mês de novembro será realizada uma assembleia geral da categoria onde a pauta principal será a discussão sobre a possibilidade da deflagração de uma greve. A entidade mantém ainda uma articulação com os deputados de todos os partidos na Assembleia Legislativa para tentar barra a aprovação das medidas.

Impactos

Entre as medidas que mais impactam os policiais, o vice-presidente da Ugeirm Sindicato citou, como exemplo, a redução do salário a partir do aumento da alíquota previdenciária de 14% para 18% no vencimento. “Ela já é a segunda mais cara do país”, comparou. “Trabalhamos com 50% do efetivo, com salário atrasado há cinco anos, com presos em delegacias. Temos de contar os centavos para abastecer uma viatura e fazer nosso trabalho”, enumerou.

Segundo o sindicalista, outra proposta que afeta a categoria é a mudança na aposentadoria. “Caso seja aprovada, o policial civil vai perder a aposentadoria integral que tem direito. Ele vai conseguir proporcional”, disse. Fábio Castro recordou que a reforma previdenciária contemplou a integralidade para a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. “É isso que a gente quer”, frisou. O dirigente sindical acrescentou também a questão dos dependentes no IPE. “Está sendo tirado o caráter familiar. O dependente não será mais dependente”, sintetizou.