Rodoviários da Capital organizam protesto para alertar sobre projeto que reduz cobradores

Categoria vai realizar um ato na manhã desta quarta-feira na região da rodoviária de Porto Alegre

Foto: Samuel Maciel / CP Memória

O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (STETPOA) organiza para a manhã desta quarta-feira uma manifestação na região próxima à Rodoviária da Capital. O protesto, agendado para as 7h30min, servirá para alertar a categoria sobre um projeto de lei do executivo que retira os cobradores dos ônibus em determinados horários.

Conforme o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Adair da Silva, a ideia inicial é realizar o ato apenas para alertar os trabalhadores sem causar prejuízo para a população. Segundo ele, não haverá bloqueio de vias, portas de garagens ou até mesmo operação tartaruga. “A gente não vai com a intenção de parar ou bloquear o trânsito. Nós não iremos para os corredores de ônibus. Amanhã é só o começo do movimento para alertar os cobradores”, afirma.

Adair da Silva ressalta que a aprovação do projeto irá gerar desemprego e afetará somente os trabalhadores das empresas privadas. Atualmente, a Capital conta com cerca de 3,6 mil cobradores de ônibus.

O dirigente sindical sinalizou ainda que os rodoviários já estão mobilizados para evitar a aprovação da matéria caso seja colocada em pauta. A classe, inclusive, cogita a possibilidade de greve. “Se o projeto tiver andamento, o movimento será mais forte. Vamos trancar todos os corredores de acesso ao Centro e parar a cidade”, ressalta.

Matéria em tramitação

O líder do governo na Câmara de Vereadores, Mauro Pinheiro (Rede), informa que o projeto está em tramitação em regime de urgência e deve ser votado no mês de dezembro deste ano. No dia 2 de dezembro, uma audiência pública será realizada na casa legislativa para debater o projeto.

Saiba mais sobre o projeto

Pelo projeto do executivo, a tripulação do sistema do transporte coletivo pode sofrer redução gradativa, com a exclusão dos cobradores, nas seguintes hipóteses: rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do cobrador; demissão por justa causa; aposentadoria; falecimento do empregado e interrupção ou suspensão do contrato de trabalho.

O texto prevê, ainda, que os cobradores deixem de existir, primeiro, nas linhas cuja viagem tenha iniciado entre 22h e 4h, e nos domingos, feriados e dias de passe livre. O projeto também estabelece que, entre 22h e 4h, o pagamento da tarifa seja feito exclusivamente por meio de cartão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, cartão de débito, cartão de crédito ou outras formas eletrônicas de pagamento. O não uso de dinheiro visa, segundo a Prefeitura, a segurança dos passageiros e do motorista.