Flávio Bolsonaro deixa PSL; deputados aliados ao pai terão de esperar

Debandada só deve acontecer durante a janela eleitoral ou em caso de expulsão do partido, a depender do motivo

Foto: Pedro França / Agência Senado / CP Memória

A exemplo do pai, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) anunciou nesta terça-feira que deixa o PSL. Por ter sido eleito em pleito majoritário, ele não corre risco de perder o mandato.

O presidente Jair Bolsonaro e parlamentares que vão articular, agora, a criação de um novo partido, o Aliança pelo Brasil, estimaram hoje que cerca de 30 dos 53 deputados federais do PSL também abandonem a legenda. Isso, porém, só deve acontecer durante a janela eleitoral ou em caso de expulsão do partido, a depender do motivo. Em caso contrário, os políticos podem ficar sem mandato, por infidelidade partidária. O PSL estuda punições aos dissidentes, como suspensão por um ano ou expulsão.

Logomarca

Já o deputado federal e também filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), divulgou nesta terça a logomarca do Aliança pelo Brasil. “Consolidando o novo rumo brasileiro e libertando definitivamente a pátria da destruição de valores cristãos e morais, anunciamos a criação do partido Aliança pelo Brasil”, escreveu Eduardo em uma das postagens feitas no Twitter sobre a legenda.

Foto: Reprodução

O deputado afirmou ainda que a sigla vai trazer “solidez” em torno de princípios conservadores “em defesa dos valores familiares e cristãos, sem amarras da velha política”. Para ele, o momento é histórico.

“Você, cidadão comum que cansou de desmandos e de ver seu país destruído em todas as esferas, venha conosco”, disse Eduardo ao convocar os eleitores.

Para que a fundação do partido seja oficializada para as eleições municipais de 2020, o Aliança pelo Brasil vai precisar validar quase 500 mil assinaturas até março.

“Que vá com Deus”

Ex-líder do PSL na Câmara, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) falou sobre o anúncio de saída do PSL do presidente Jair Bolsonaro, na tarde de hoje.

“Que vá com Deus. Excelente momento porque existe turbulência. O PSL se dividiu entre a direita moderada, da qual faço parte, e a direita radical. Quem quiser sair pode pedir desfiliação. Há vários suplentes querendo vir a Brasília. Se um dissidente da direita radical estiver insatisfeito pode sair. O PSL continua firme com os seus 53 deputados. Quem fizer algo errado pode ser punido com suspensão por um ano ou expulsão”, afirmou.

O deputado negou, contudo, que haja estudo de fusão do PSL com outra legenda.