Cortejando Bolsonaro, nova UDN promete “surpresa” no RS

Nova UDN prega o resgate da família e o combate à corrupção; partido pode ser o destino do presidente Jair Bolsonaro, em atrito com o PSL.

Presidente da nova UDN, Marcus Alves concedeu entrevista à Rádio Guaíba
Presidente da nova UDN, Marcus Alves concedeu entrevista à Rádio Guaíba | Foto: Divulgação/UDN

Um dos partidos mais importantes da história política do Brasil pode voltar a existir. A UDN (União Democrática Nacional) está em processo de formação no Tribunal Superior Eleitoral e pode obter registro ainda em 2019. A sigla existiu entre 1945 e 1965 como oposição ao governo de Getúlio Vargas. Liderado por Carlos Lacerda, jornalista e ex-governador da Guanabara, o partido foi extinto pela ditadura militar no AI-2.

A nova UDN também se diz conservadora e de direita. A legenda pode nascer, inclusive, com um apoio importante. Em atrito com o PSL, o presidente Jair Bolsonaro é cortejado pelo fundador do partido. Em entrevista exclusiva à Rádio Guaíba, Marcus Alves revelou ter conversado com interlocutores da família Bolsonaro para concretizar a migração.

Ideologia da nova UDN

A antiga UDN ficou marcada pela defesa das bandeiras do liberalismo na economia e do conservadorismo nos costumes. Mais de cinco décadas depois, Marcus Alves garante defender a mesma ideologia. “Nós estamos, na verdade, refundando a mesma UDN do passado”, explicou. O ativista destacou o “resgate da família” e o “combate à corrupção” como prioridades do partido em nova roupagem. Alves ainda observou que partidos como o PSL, o Democratas e o Partido Progressista não têm o “DNA de direita” por atuarem no chamado Centrão e em governos de outras ideologias.

Com 32 partidos em operação no Brasil, Alves descarta a possibilidade da UDN ser uma sigla de aluguel, aquelas usadas por pessoas em busca do controle da distribuição de verbas do fundo partidário. O partido deve cobrar alguns requisitos de seus filiados. “Quem estiver respondendo a qualquer processo de corrupção – Lava Jato, Mensalão, Petrolão -, não entra na UDN”, vaticinou. Marcus Alves ressaltou que a régua moral vai valer do “vereador ao presidente da República”.

UDN no Rio Grande do Sul

Para obter o registro no TSE, um partido precisa ter apoio em 9 estados brasileiros. A União Democrática Nacional já conseguiu o número mínimo de apoiadores em 5 unidades da federação. Santa Catarina foi o estado que mais deu suporta à UDN. No entanto, o Rio Grande do Sul a sigla ainda não conquistou nenhuma assinatura.

No entanto, o fundador da nova UDN promete “grandes surpresas” para o partido no estado. Sem antecipar nomes, Marcus Alves espera ter candidatos da legenda disputando as eleições municipais do ano que vem no Rio Grande do Sul. “Queremos construir a nossa base em 2020, para que, em 2022, possamos ter uma base muito forte em todo o Brasil”, afirmou.