Depois de dez dias, decisão judicial tira vereador licenciado André Carús da prisão

Vereador não pode exercer cargo, comparecer à Câmara, nem deixar Porto Alegre. Ele também deve entregar passaporte

Vereador André Carús. Foto: Leonardo Contursi/CMPA

O vereador licenciado André Carús (MDB) deixou, nesta quinta-feira, a Cadeia Pública de Porto Alegre após ter um pedido da liberdade aceito pela Justiça. Conforme o advogado Jader Marques, o Judiciário fixou medidas cautelares diversas da prisão, dentre as quais a apresentação mensal em juízo para informar e justificar atividades, e a proibição de manter contato com outros investigados e testemunhas enquanto perdurarem as investigações.

O vereador também fica proibido de exercer a função pública, comparecer à Câmara e se ausentar da cidade pelo prazo superior a 30 dias, sem prévia autorização judicial. A decisão também proíbe Carús de se ausentar do País, até o fim das investigações. O Poder Judiciário igualmente determinou a entrega do passaporte, em 24h.

Carús ficou dez dias preso pela suspeita de extorquir assessores. Hoje, às 23h59min, vencia o prazo da prisão temporária, prorrogada pela Justiça na semana passada. Na terça-feira, Carús prestou depoimento, por três horas. O conteúdo não é revelado pela Polícia.

Na sexta, ele passou a ocupar uma cela da Cadeia Pública. Nos três dias anteriores, ficou sob custódia no Deic. Em função da prisão, o parlamentar pediu licença, por tempo indeterminado, da Câmara de Porto Alegre. O vereador suplente Delegado Cleiton (PDT) já tomou posse. A Câmara também exonerou toda a equipe do gabinete de Carús.

Empréstimos “por livre e espontânea vontade”

Na semana passada, o advogado de defesa do vereador, Jader Marques, confirmou que a equipe do parlamentar contraiu empréstimos para ajudá-lo a sair de uma “situação de dificuldade financeira”. Marques garantiu, no entanto, que “esses valores foram tomados por livre e espontânea vontade, sem intervenção do político.”

Quebras de sigilo

Além da prorrogação da prisão, a Polícia Civil também encaminhou um pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal de André Carús e de outros dois presos. A investigação solicitou ainda a quebra dos sigilos bancários de outras pessoas ligadas ao parlamentar. Os nomes e cargos não foram divulgados para não atrapalhar o trabalho.