Laudo da UFBA sugere que óleo encontrado em praias do Nordeste é da Venezuela

Análises serão colocadas à disposição de órgãos responsáveis pela investigação do desastre

Foto: Ascom Ibama/SE

O óleo que atingiu cerca de 160 praias do Nordeste brasileiro é proveniente da bacia petrolífera da Venezuela, sugere um laudo divulgado, nesta quinta-feira, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Anteriormente, análises da Marinha e da Petrobras já haviam indicado que o poluente tinha origem no país vizinho. O governo Nicolás Maduro, porém, nega essa possibilidade.

Conforme a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores similares aos do petróleo produzido na Venezuela. Os biomarcadores são organismos que viveram em determinadas eram geológicas, o que permite comparar as idades de cada bacia petrolífera.

As pesquisas foram realizadas em parceria com a Universidade Federal do Sergipe (UFS). Foram analisadas nove amostras, sete delas colhidas no Estado vizinho. As análises geoquímicas foram feitas no Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da UFBA. A cientista ressalvou que, por causa do longo período que o material está no mar, não é possível afirmar se as manchas são de petróleo cru. “Parece muito com petróleo cru, mas não descartamos que possa ser bunker, combustível de navio. É um óleo pesado, com certa degradação”, explicou, durante entrevista coletiva.

As análises serão encaminhadas para o Instituto do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia e colocadas à disposição dos órgãos responsáveis pela investigação do desastre. Na manhã desta quinta, manchas de óleo foram achadas na praia de Arembepe, em Camaçari, na Grande Salvador. É o local mais ao sul do Nordeste já tocado pela poluição.