O Ministério Público de Minas Gerais apresentou, nesta sexta-feira, denúncia contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e mais dez pessoas pelo lançamento de candidaturas de fachada a fim de acessar recursos do fundo eleitoral no pleito do ano passado. O ministro era, à época, presidente do PSL mineiro. Ainda na manhã desta sexta, a Polícia Federal (PF) indiciou Marcelo Álvaro Antônio no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação e imputou ao ministro os crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita.
O ministro é acusado, e agora denunciado, de articular um esquema de candidaturas do sexo feminino. Por lei, cada partido deve garantir um mínimo de 30%. O PSL, contudo, segundo a PF, apresentou candidatas sem intenção de se eleger, apenas para acessar recursos exclusivos do fundo eleitoral. Segundo a denúncia, cerca de R$ 260 mil foram recebidos pelas candidatas, dos quais mais de R$ 190 mil foram repassados a outras candidaturas do PSL.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a denúncia partiu da Promotoria de Justiça Eleitoral porque, à época, Marcelo Álvaro Antônio não era ministro, e sim candidato à deputado federal. Caso a denúncia seja aceita pela justiça, ele se torna réu no processo. Em abril, o ministro do Turismo afirmou que as denúncias partiam de “fogo amigo” de dentro do próprio partido. Ele negou ter patrocinado qualquer esquema de candidaturas irregulares.
De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o presidente Jair Bolsonaro pretende manter o ministro no cargo e aguardar “o desenrolar do processo”.
