Prefeitura de Porto Alegre defende que Rodoviária permaneça no mesmo local

Entidades apresentaram a possibilidade de transferir o complexo para um terreno próximo à Arena do Grêmio

Foto: César Lopes/PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre manifestou, nesta quarta-feira, apoio à decisão do governo estadual de manter a Estação Rodoviária no local atual e implementar um plano de concessão que viabilize o plano de investimentos e revitalização do espaço. O complexo funciona no Centro Histórico desde junho de 1970.

Órgãos municipais e estaduais analisaram estudos técnicos de mobilidade urbana, segurança e realidade econômico-financeira. O prefeito Nelson Marchezan Júnior formalizou o posicionamento em reunião no fim da tarde desta quarta-feira, provocada pela Secretaria Municipal de Relações Institucionais (SMRI) de Porto Alegre. O objetivo era ouvir alternativas de locais, sugeridas por entidades representativas da sociedade civil organizada.

Conforme o prefeito, não é do interesse do município a mudança de área devido à importância estratégica da estação. “A Rodoviária, diante de todos os estudos técnicos apresentados pelo governo do Estado e pela Prefeitura, deve ficar onde está, pelo bem da cidade e do interesse público”, afirmou, depois de ouvir todas as manifestações. Ele também pediu aos órgãos municipais – como EPTC, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura e Mobilidade Urbana – que concluam os estudos sobre as contrapartidas no entorno da Rodoviária, que devem ser incluídas no edital do processo licitatório do governo estadual.

Concessão

A proposta prevê investimentos em obras de R$ 76,7 milhões no prazo de 25 anos. Entre as melhorias, o plano prevê climatização, salas de espera, escadas rolantes com acessibilidade, novas coberturas de acesso ao metrô e ponto de táxi, requalificação de sanitários e ampliação da segurança nas áreas de embarque e desembarque de ônibus. O edital, que de início era previsto para setembro, deve agora ser lançado até o fim do ano.

Terreno descartado

As entidades apresentaram a possibilidade de transferir o complexo para um terreno próximo à Arena do Grêmio. A proposta, no entanto, acabou descartada por duas razões: não ter sido apresentada dentro do prazo oferecido pelo Estado para atrair interessados e não reunir as condições técnicas necessárias, conforme o secretário extraordinário de Parcerias do RS, Bruno Vanuzzi.

A expectativa é que a concessão tenha início em 2020. O edital prevê que os lojistas atuais deixem o terminal em até sete meses (210 dias), o que é contestado pelos comerciantes.

Saiba mais detalhes

  • o projeto de licitação prevê a instalação de escadas rolantes, elevadores, salas de embarque fechadas e climatizadas, área de táxis coberta, além da qualificação das lojas da rodoviária.
  • devem ser investidos R$ 77 milhões em obras e cerca R$ 460 milhões em despesas operacionais durante os 25 anos de concessão. Só nos primeiros anos, o investimento deve ser de R$ 53 milhões.
  • a concessão vai coibir a circulação de pedestres em locais de manobra dos ônibus, fazendo com que a venda de passagens e o embarque passem a ser feitos no segundo andar do terminal.
  • a concessionária vai ter direito a 11% dos valores obtidos com a venda de passagens, e as transportadoras, o restante – modelo já vigente hoje.