CCJ da Câmara vai convidar Janot a depor

Ex-PGR disse que chegou a ir armado ao Supremo com a intenção de assassinar o ministro Gilmar Mendes

Foto: Felipe Sampaio / SCO / STF

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, um convite para o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot falar sobre a atuação à frente da Operação Lava Jato e sobre a declaração de que entrou armado no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar o ministro da Corte Gilmar Mendes e, depois se suicidar. Na semana passada, Janot detalhou o ocorrido, em entrevista a diversos veículos de comunicação. Por se tratar de um convite, e não de uma convocação, o ex-procurador não é obrigado a comparecer à CCJ.

Janot e Mendes protagonizaram um longo embate enquanto o primeiro chefiou a Procuradoria-Geral da República, entre 2013 e 2017, com trocas constantes de críticas em público. Rodrigo Janot disse ter, porém, chegado ao limite em 2017 quando o ministro envolveu a filha dele em uma das pendengas.

O episódio é narrado por Janot no livro que lançou semana passada, Nada Menos que Tudo, porém sem citar o nome de Gilmar Mendes. O ex-procurador-geral, entretanto, resolveu revelar a veículos de comunicação a quem se referia.

Convite

O deputado Delegado Pablo (PSL-AM), autor do requerimento, disse ter feito o convite para discutir as declarações de Janot e ouvir o ex-procurador-geral sobre a atuação dele na Lava Jato. “A intenção é trazer luz para o tema que ele falou para a mídia que, durante a Lava Jato, foi, por várias autoridades daquele tempo, atrapalhado, colocado contra a parede, para que as investigações não andassem”, disse o deputado.

“Se ele falou isso em um livro, ou para vários meios de comunicação, essa casa do povo [Câmara] é o lugar correto para as explicações. E [para que] a gente veja se há mais fatos a serem apurados”, acrescentou o parlamentar.

O requerimento também prevê o convite para compareçam à comissão o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe de gabinete de Janot na ocasião, Eduardo Pelella.