A Câmara Municipal de Porto Alegre aguarda um parecer técnico da Procuradoria da Casa para definir o futuro do vereador que foi preso nesta segunda-feira. André Carús é suspeito de envolvimento em um esquema criminoso. Uma investigação da Polícia Civil apura o repasse de empréstimos contraídos por servidores ligados ao gabinete para saldar dívidas pessoais do vereador. A presidente do Legislativo, vereadora Mônica Leal (PP), não descartou a possibilidade de cassação do mandato de Carús. “É necessário que alguém entre [com o pedido] – o cidadão comum, um vereador ou, até mesmo, a presidente”, considerou lembrando a necessidade de comprovação dos ilícitos.
Com 37 anos de idade, André Carús é vereador desde 2016. O parlamentar ingressou no MDB aos 16 anos e foi presidente da Juventude do partido. Carús trabalhou nos gabinetes do então senador Pedro Simon e dos então deputados estaduais José Ivo Sartori e Maria Helena Sartori. O vereador também ocupou cargos nas administrações municipais de José Fogaça e José Fortunati em Porto Alegre.
Policiais civis deixaram, há pouco, o gabinete de André Carús (MDB). Os agentes levaram caixas e envelopes do escritório. Neste momento, o delegado responsável se reúne com a presidente da Câmara, Mônica Leal. @RdGuaibaOficial pic.twitter.com/EjA2gIX7I3
— Gustavo Chagas (@gmchagas) October 1, 2019
Ameaças a vereador preso
A presidente da Casa vai depôr à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira. Mônica Leal disse ter se colocado à disposição dos investigadores para esclarecer supostas ameaças endereçadas ao vereador preso. Imagens de cheques, em alusão à suposta dívida de André Carús, foram enviadas à Câmara. “Eram bilhetes embaixo da porta de alguns gabinetes”, relatou. “Ele teria que pagar esse valor, sob pena de levar [o caso] ao conhecimento de todos”, completou.
Mônica Leal afirmou que os bilhetes chegaram à Câmara há, aproximadamente, duas semanas. Boatos sobre a denúncia circulavam nos corredores do legislativo, mas não se tinha ideia da dimensão das supostas irregularidades. A presidente da Câmara Municipal recebeu os investigadores responsáveis pela operação. O delegado Max Otto Ritter afirmou que o possível afastamento do vereador não compete à Polícia Civil.
Afastamento do comando do MDB
O MDB de Porto Alegre afirmou que André Carús pediu afastamento do comando da sigla. Em nota, o partido diz entender “que os fatos devem ser apurados pelas instituições competentes e espera que a verdade apareça”. O deputado estadual Tiago Simon, 1º vice-presidente da legenda na capital, assume a presidência interinamente.