Vereador preso pode ser cassado, afirma presidente da Câmara

Caso de vereador preso será discutido pela procuradoria da Câmara de Vereadores. Presidente da casa relata recebimento de ameaças contra André Carús

Delegado responsável por operação que terminou com vereador preso foi recebido pela presidente da Câmara
Presidente da Câmara recebeu o Delegado Max Otto Ritter, que conduz o caso | Foto: Foto: Leonardo Cardoso/CMPA

A Câmara Municipal de Porto Alegre aguarda um parecer técnico da Procuradoria da Casa para definir o futuro do vereador que foi preso nesta segunda-feira. André Carús é suspeito de envolvimento em um esquema criminoso. Uma investigação da Polícia Civil apura o repasse de empréstimos contraídos por servidores ligados ao gabinete para saldar dívidas pessoais do vereador. A presidente do Legislativo, vereadora Mônica Leal (PP), não descartou a possibilidade de cassação do mandato de Carús. “É necessário que alguém entre [com o pedido] – o cidadão comum, um vereador ou, até mesmo, a presidente”, considerou lembrando a necessidade de comprovação dos ilícitos.

Com 37 anos de idade, André Carús é vereador desde 2016. O parlamentar ingressou no MDB aos 16 anos e foi presidente da Juventude do partido. Carús trabalhou nos gabinetes do então senador Pedro Simon e dos então deputados estaduais José Ivo Sartori e Maria Helena Sartori. O vereador também ocupou cargos nas administrações municipais de José Fogaça e José Fortunati em Porto Alegre.

Ameaças a vereador preso

A presidente da Casa vai depôr à Polícia Civil na manhã desta quarta-feira. Mônica Leal disse ter se colocado à disposição dos investigadores para esclarecer supostas ameaças endereçadas ao vereador preso. Imagens de cheques, em alusão à suposta dívida de André Carús, foram enviadas à Câmara. “Eram bilhetes embaixo da porta de alguns gabinetes”, relatou. “Ele teria que pagar esse valor, sob pena de levar [o caso] ao conhecimento de todos”, completou.

Mônica Leal afirmou que os bilhetes chegaram à Câmara há, aproximadamente, duas semanas. Boatos sobre a denúncia circulavam nos corredores do legislativo, mas não se tinha ideia da dimensão das supostas irregularidades. A presidente da Câmara Municipal recebeu os investigadores responsáveis pela operação. O delegado Max Otto Ritter afirmou que o possível afastamento do vereador não compete à Polícia Civil.

Afastamento do comando do MDB

O MDB de Porto Alegre afirmou que André Carús pediu afastamento do comando da sigla. Em nota, o partido diz entender “que os fatos devem ser apurados pelas instituições competentes e espera que a verdade apareça”. O deputado estadual Tiago Simon, 1º vice-presidente da legenda na capital, assume a presidência interinamente.