Presidente do Tribunal de Justiça considera greve “inoportuna”

Paralisação deve mobilizar pessoal de 110 comarcas; presidente do Judiciário determinou a abertura dos fóruns

Servidores em greve do judiciário fazem ato nesta terça na Capital
Servidores em greve do judiciário fazem ato nesta terça na Capital. Foto: Divulgação/Sindjus

Prevista para começar nesta terça-feira, a greve de servidores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul deve prosseguir por tempo indeterminado. Segundo estimativa do sindicato da categoria, trabalhadores de, ao menos, 110 das 165 comarcas do Estado devem aderir ao movimento.

A administração do Tribunal de Justiça disse ter sido informada da greve por meio de ofício. O presidente do Poder Judiciário gaúcho afirmou que os servidores que não comparecerem ao serviço devem sofrer sanções. O desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro ordenou a abertura dos fóruns e projetou cortes de ponto. “Não deve ser dada efetividade ao funcionário que não aparecer”, afirmou, em entrevista ao programa Guaíba News.

Duro comentou ser difícil que o reajuste dos funcionários passe na Assembleia e considerou a paralisação “inoportuna”. O desembargador traçou um paralelo entre a situação dos servidores do Judiciário com a dos trabalhadores do Executivo. “Os funcionários do Executivo não têm projeto de reajuste, estão recebendo parcelado há 45 meses e não estão em greve”, comparou.

De acordo com o Coordenador-geral do Sindjus/RS, Fabiano Marranghello Zalazar, os grevistas devem manter o serviço em 30% dos cartórios. “Os colegas estão se organizando nas suas comarcas e nos seus locais de trabalho para não causar prejuízo à sociedade”, garantiu.

Demandas da categoria

Os servidores do Judiciário querem 5,58% de reajuste nos salários da categoria. O grupo ainda pede a equiparação do auxílio-refeição dos funcionários ao benefício que é concedido aos magistrados (juízes e desembargadores).

O dirigente do Sindjus, Fabiano Marranghello Zalazar, ainda cita o risco de perda de direitos com a extinção de 5 mil cargos. A medida é prevista em um projeto que tramita na Assembleia Legislativa. A extinção pode ser compensada com a criação de postos técnicos. “A nossa categoria (…) solicitou, ao Tribunal de Justiça, que retirasse esse projeto da pauta”, explicou.