Material hackeado não prova inocência de Lula, considera PGR

Martins é contra o compartilhamento de provas da operação Spoofing

Procurador-geral da República interino, Alcides Martins, afirmou, em parecer ao Supremo Tribunal Federal que as mensagens hackeadas do celular do coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, são prova ilícita | Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP
Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP

O procurador-geral da República interino, Alcides Martins, afirmou, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, que as mensagens hackeadas do celular do coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, não podem ser consideradas prova lícita. Ele afirmou, ainda, que mesmo em caso contrário, o material não basta para comprovar a suposta inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O parecer se deu no âmbito de um recurso da defesa do petista contra a decisão do ministro Edson Fachin que rejeitou um habeas corpus para libertar e anular as ações penais contra o ex-presidente. Os processos envolvem um triplex no Guarujá, no litoral paulista, e um sítio em Atibaia, também em São Paulo.

De acordo com a defesa, que queria o compartilhamento de provas dos celulares dos alvos da Operação Spoofing – que mira as invasões de celulares autoridades -, notícias publicadas pelo site The Intercept Brasil mostraram que Lula se tornou alvo de uma conspiração entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da operação Lava Jato.

Martins é contra o compartilhamento de provas da Spoofing, que também fazem parte do inquérito do Supremo que trata de ameaças a ministros do Supremo. Não há prazo para que a Corte julgue o recurso de Lula.