Em sua terceira passagem pelo Grêmio, Renato está certamente na mais vitoriosa delas. Ao completar três anos, tem 3 títulos importantes: a Copa do Brasil de 2016, a Libertadores de 2017 e a Recopa Sul-Americana de 2018. Também foi bicampeão gaúcho em 2018 e 2019 e venceu a Recopa Gaúcha em 2019.
Para comemorar a data e relembrar momentos marcantes da passagem vencedora, Renato concedeu entrevista para os repórteres Rafael Peruzzo, do Correio do Povo, e Rafael Pfeiffer, da Rádio Guaíba.
Permanência no Grêmio
Mais uma vez, Renato Portaluppi manifestou o desejo de permanecer no Grêmio em 2020. Falou sobre a brincadeira feita pelo presidente Romildo Bolzan Jr. na coletiva após a vitória sobre o Goiás por 3 a 0, mas disse que a prioridade, no momento, é a sequência do trabalho para a Libertadores e o Brasileirão. “Meu desejo é continuar no Grêmio, nunca neguei isso. Mas, na hora certa, sento com a diretoria e o presidente, que é uma pessoa que eu admiro, e vamos conversar sobre isso.
De acordo com Renato, o Brasil é um país no qual as pessoas querem resultado da noite para o dia no futebol. Reconhece que os títulos deram tranquilidade para trabalhar, mas afirma que é necessário ter paciência para obter as conquistas. “Duvido que outro treinador passe tanto tempo aqui no Grêmio. Não é dado o devido tempo para o treinador mostrar o trabalho. As pessoas acham que está tudo errado, e que é bem mais simples mandar uma pessoa embora do que desfazer um plantel de 30 jogadores”, desabafou.
Renato voltou a falar sobre a permanência no Grêmio, mesmo com a sondagem de outras equipes do país, especialmente do Flamengo. Afirmou não se arrepender da decisão de permanecer e afirmou se sentir em casa com a oportunidade de dar continuidade ao trabalho. “Fiquei muito feliz com os convites. Tenho uma admiração muito grande pelo Flamengo. Mas esse grupo é maravilhoso. Do presidente ao roupeiro, cada um tem sua parte no trabalho”, elogiou.
Mas Renato relembrou, também, os momentos doídos nessa passagem vitoriosa. Citou as derrotas para o Real Madrid, no Mundial de 2017, a eliminação para o River na semifinal da Libertadores de 2018 e a eliminação na semifinal do Gauchão de 2017, para o Novo Hamburgo, nos pênaltis. Mas reconheceu que a mais doída é a mais recente: a eliminação para o Athletico-PR nas semifinais da Copa do Brasil deste ano. “Tínhamos uma boa vantagem, uma boa equipe, e no meu entender houve um pênalti não marcado. Mas, infelizmente, não estávamos numa noite boa, e deixamos escapar a oportunidade de ir a mais uma final”, lamentou.
Trajetória e futuro
Questionado sobre os times mais marcantes que comandou nesta passagem, Renato disse se sentir igualmente orgulhoso de todos. Destacou que, mesmo perdendo jogadores importantes por negociações, foram descobertas outras peças, que mantiveram o padrão de jogo da equipe. “Continuamos jogando bonito, conquistando títulos. Isso tem que ser aplaudido, não é fácil. Mas conseguimos fazer isso aqui no Grêmio”, comemorou.
O treinador não evitou falar sobre o próximo compromisso, a semifinal da Libertadores contra o Flamengo, que ocorre em outubro. Disse que, mesmo em meio ao Brasileirão, é impossível não pensar em mais uma semifinal continental. “Não tem como não falar. Eliminamos um fortíssimo candidato ao título, e agora vamos pegar o Flamengo. São dois dos melhores plantéis do Brasil. Pela grandeza da competição, e do adversário, não tem como tirar a importância do jogo”, afirmou.