Mais de 200 pessoas participaram nesta quarta-feira da segunda edição gaúcha do Workshop de Capacitação sobre Doenças Virais de Importância na Produção de Suínos. No evento, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos com apoio do Fundesa-RS e outras entidades, foram apresentadas as principais características e formas de contágio das principais enfermidades que têm potencial de atingir o rebanho suíno.
A especialista em epidemiologia veterinária Masaio Mizuno Ishizuka explicou que a biosseguridade consiste em medidas de restrição de acesso de pessoas nas granjas, limpeza e desinfecção de instalações, e controle da movimentação de animais e insumos. “Isso serve para qualquer doença, seja transmitida por vírus ou por bactérias. Um controle rigoroso minimiza os riscos”, salienta Masaio.
Sobre Peste Suína Africana, que vem provocando o sacrifício de milhões de suínos na Ásia, a médica veterinária disse que os suídeos silvestres, como o javali, foram os responsáveis pela explosão da doença registrada nos desde 2017. “As pessoas se preocupam muito com a disseminação do vírus pelo ar ou veículos, mas é com os vetores a maior preocupação. Além do javali, ratos, moscas e outros insetos contribuem para levar este e outros males adiante”, destaca.
O representante do Serviço Veterinário Oficial, auditor fiscal federal agropecuário Gilson Evangelista Souza, ressaltou a importância da notificação precoce para a contenção de eventuais focos de doenças. “Existem doenças com sintomas clínicos idênticos e que só podem ser diferenciadas por exame laboratorial. A demora na comunicação de uma suspeita pode fazer com que se espalhem, dificultando a solução do problema”, explicou.
A próxima edição do Workshops será realizada em Cuiabá, Mato Grosso.
Sobre o controle de javalis
A coordenadora do Programa de Sanidade Suídea do Rio Grande do Sul, Juliane Webster Galvani, está em Brasília representando o Serviço Veterinário Estadual em um encontro interinstitucional que discute o manejo e o monitoramento das populações de javali no território nacional.
Ela foi convidada a apresentar a experiência inédita do programa gaúcho que conta com a capacitação de controladores de população para a coleta de amostras em carcaças de javalis abatidos.
Para atuar como agente de controle de populacional é preciso ter autorização do Ibama. Entretanto, para transportar as carcaças de javali, os interessados precisam passar pela capacitação do Programa. A contrapartida exigida é a coleta de amostras de sangue dos animais abatidos, para verificar se há circulação viral da peste suína clássica ou outras enfermidades.
Fonte: Thais D’Avila Produtora de Conteúdo Ltda