Deputados querem que Fazenda e Banrisul expliquem em plenário venda das ações do banco

Banco vai vender milhões de papéis nesta quinta-feira para lucrar mais de R$ 2 bilhões

Foto: Divulgação/Palácio Piratini

Os deputados estaduais Fábio Ostermann (Novo) e Sebastião Melo (MDB) protocolaram, nesta terça-feira, um requerimento de convocação para que o secretário estadual da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, e o presidente do Conselho de Administração do Banrisul, Ademar Schardong, compareçam em sessão plenária da Assembleia Legislativa e justifiquem a venda de ações do Banrisul.

Nesta quinta, o governo estadual pretende negociar na bolsa de valores de São Paulo milhões de ações para lucrar até R$ 2,2 bilhões. Nos bastidores, o Executivo trabalha com a intenção de utilizar os recursos para colocar em dia o salário do funcionalismo, atrasado há 46 meses.

Por isso, no requerimento, Ostermann e Melo pedem urgência na convocação, “face ao potencial lesivo” da operação ao erário público. O pedido havia sido endereçado ao presidente da Assembleia, Luís Augusto Lara (PTB), mas vai ser analisado pelo colégio de líderes somente na próxima terça. Se houver acordo, o texto de convocação segue a plenário.

O ofício protocolado após o Palácio Piratini ter anunciado a venda pulverizada de um lote de 96 milhões de ações (com direito a voto), garantindo a manutenção do controle estatal sobre o Banrisul, que detém 200 milhões papéis desse tipo.

Ciente disso, Ostermann e Melo promoveram a realização de uma audiência pública na Comissão de Economia da AL. Contudo, o Piratini não encaminhou nenhum representante para tratar do assunto. “Quando não há entendimento da vinda ao Parlamento, fruto das negociações, você pode convocar e é que o nós estamos fazendo. Eu espero que o governo venha e tenha a oportunidade de dizer ao Rio Grande que está fazendo um belo negócio”, disse Melo.

Desde junho, quando o Banrisul anunciou o interesse na venda de ações, a bancada do Novo acompanha o desenrolar do negócio com apreensão. “Estamos falando em um prejuízo que pode chegar a R$ 3 bilhões. São recursos que Estado deixará de receber caso a operação se concretize da forma como está proposta”, criticou Fábio Ostermann.