A Conab revisou para cima a estimativa de área plantada para a safra atual de trigo no Rio Grande do Sul. Levantamento divulgado nesta terça informa que o Estado deve cultivar 736,2 mil hectares com o principal cereal de inverno. O número representa um acréscimo de 8% em relação à safra 2018 e de 4% em relação ao boletim divulgado pelo órgão em agosto. A produção, segundo o levantamento, deve ficar em 1,969 milhão de toneladas, o que representa alta de 5,2% sobre o último ciclo.
Segundo o assistente da superintendência da Conab no Rio Grande do Sul, Carlos Roberto Bestetti, a área cultivada com trigo cresceu principalmente na região Central do Estado, em municípios como Julio de Castilhos e Tupanciretã. A produtividade e a produção ainda são calculadas pelo modelo estatístico, mas a expectativa é de uma safra boa. Bestetti pondera, no entanto, que no caso do trigo, “enquanto não está colhido não dá para dizer nada”. O desenvolvimento das demais culturas de inverno também é considerado positivo.
No Rio Grande do Sul, segundo o órgão, foram registradas geadas de baixa intensidade. Em agosto, o fenômeno foi o principal entrave ao bom desenvolvimento das lavouras de trigo, que em sua maioria (71%) encontram-se em fase de pré-florescimento, alongamento ou espigamento. Outros 23,5% estão em fase de florescimento e 5,5% em enchimento de grãos. Uma consequência da menor produção brasileira, conforme a Conab, será o aumento da importação. A previsão é de que o país importe cerca de 7,2 milhões de toneladas, 6,6% a mais do que no ciclo anterior.
No Paraná, a Conab calcula que foram perdidos aproximadamente 73 mil hectares de área plantada em decorrência de intempéries. A lavoura paranaense sofreu com a ocorrência de geadas no início de julho e estiagem nos meses de julho e agosto. Segundo o Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral), até o dia 2 de setembro 12% do grão havia sido colhido. A produção de trigo no Paraná deve ficar em 2,674 milhões de toneladas, uma queda de 5,6% em relação à safra passada.