O presidente da Assembleia, Luís Augusto Lara, recebeu lideranças sindicais nesta quinta-feira, no Memorial do Legislativo. Na pauta do encontro, o futuro da verba oriunda da venda de ações do Banrisul. O deputado estadual defende destinar os recursos para quitar os salários dos servidores do Executivo. Lara pediu que as entidades que representam o funcionalismo se unam na cobrança em prol da quitação da folha. “O que nós estamos tentando agora é unificar uma linguagem”, afirmou o presidente da Assembleia.
O chefe do legislativo quer que as ações judiciais que pedem bloqueio de bens do Estado para pagar os salários tenham efeito com a concretização da venda de ações do Banrisul. Luís Augusto Lara se disse disposto a conversar com o presidente do Tribunal de Justiça, a fim de garantir a possibilidade.
Presentes no encontro, servidores da segurança pública apoiaram a sugestão do presidente da Assembleia. O diretor da Associação de Sargentos e Tenentes da Brigada Militar, Ricardo Agra, destacou que a categoria vai às ruas na próxima terça-feira (17) para discutir a proposta. “Como as ações, realmente, vão ser vendidas, que venham para aquilo que o governador se comprometeu conosco”, considerou.
O presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs) também se mostrou aberto à possibilidade. Sérgio Arnoud ressaltou ser contrário à venda das ações do Banrisul, mas que levará a proposta para deliberação da classe. “Nós reivindicamos que todo e qualquer recurso que ingresse no cofre do Estado seja destinado, prioritariamente, para pagar os salários em atraso”, defendeu.
O governo gaúcho não comenta a proposta de destinar os recursos da venda de ações do Banrisul para a folha. O Piratini alega o sigilo da operação no mercado financeiro. Do PTB, partido do vice-governador, o presidente da Assembleia, Luís Augusto Lara, negou estar falando pelo Executivo. “A minha ligação partidária (…) é importante, mas não é maior que a minha missão de chefe de poder”, explicou.
As ações do Banrisul devem ser negociadas na próxima quinta-feira (19). A operação pode render R$ 2,2 bilhões ao Estado. Uma folha salarial custa, aproximadamente, R$ 1,7 bilhão. Um novo encontro entre o presidente da Assembleia e sindicalistas deve ser realizado no início da próxima semana.