Em meio a greve, Correios entra no TST com pedido de dissídio coletivo

Estatal confirmou que serviços com hora marcada foram suspensos, temporariamente

Foto: André Avila / CP Memória

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos entrou, nesta quarta-feira, com um pedido de renegociação do dissídio coletivo dos trabalhadores, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Corte, deve agora ouvir as partes. Não há data para uma decisão em definitivo sobre as cláusulas do acordo. Na noite de ontem, os servidores entraram em greve, por tempo indeterminado.

Suspensos serviços com hora marcada

De acordo com nota emitida no fim da tarde pelos Correios, a rede de atendimento segue aberta em todo o país e os serviços, inclusive SEDEX e PAC, permanecem sendo postados e entregues em todas as cidades. Serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje) tiveram as postagens suspensas, temporariamente.

Impasse

A estatal sustenta estar executando um plano de saneamento financeiro para garantir competitividade e sustentabilidade diante de um prejuízo acumulado de R$ 3 bilhões. De acordo com os Correios, as federações apresentaram reivindicações que batem “até mesmo o faturamento anual da empresa”.

A direção relata ter colocado em prática um Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos da greve à população. As medidas incluem o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões.

O que dizem os trabalhadores

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores exigem reajuste salarial com reposição da inflação (3,25%) e não querem cortes de direitos conquistados em negociações anteriores.

Segundo a Fentect, mesmo com a mediação do TST, referente ao processo de negociação do Acordo Coletivo 2019/2020, a direção dos Correios deixou de receber os representantes dos trabalhadores. Para a entidade, a estatal não dá prejuízo e não depende de financiamento público. Os empregados também são contra a eventual privatização da empresa.