Condenados mais dois pela morte de comerciante a mando do marido em São Borja

Sônia Khaled morreu baleada e esfaqueada em 6 de novembro de 2015

Um júri popular encerrado, na noite desta quarta-feira, condenou mais dois acusados de participar do assassinato da comerciante Sônia Khaled, ocorrido em 6 de novembro de 2015, no município de São Borja, na fronteira Oeste. Três homens, incluindo o marido dela, também envolvido no crime, já haviam sido condenados em um julgamento anterior. Outros dois ainda devem responder pelo feminicídio, em data a ser marcada.

Os sete jurados consideraram Tiago Vargas Motta e Bruno Silveira Aires culpados da morte da comerciante, que era conhecida como “Turca”. Com base no veredito, o juiz Marco Antonio Preis fixou a pena de Aires em 24 anos de reclusão e a de Motta em 22 anos e oito meses, ambas em regime inicial fechado e sem a possibilidade de recorrer em liberdade.

O magistrado ainda determinou que os réus dividam R$ 100 mil a serem pagos a título de indenização para os filhos de Sônia – adolescentes à época do crime.

O júri reconheceu que o homicídio teve motivo torpe (envolveu pagamento em dinheiro), meio cruel (Sônia levou quatro tiros pelas costas, além de ter sido esfaqueada) e meio que dificultou a defesa da vítima.

Aires é apontado como autor dos disparos e golpes. De acordo com a denúncia, Motta o ajudou a conter e a conduzir a mulher até o local do assassinato.

Mandante e cúmplices

Em um julgamento anterior, em julho, o marido da vítima, Husen Kasem Khaled, considerado o mandante do assassinato, recebeu pena de 30 anos de prisão. De acordo com as investigações, ele simulou um assalto para matar a esposa, com interesse financeiro.

Valdemir Trindade Rodrigues, de 24, acusado de colaborar com o crime, pegou 24 anos de prisão. Já Maurício Mariano teve estipulada pena de 30 anos, também em regime fechado. A Justiça ainda determinou que Mariano, acusado de recrutar os cúmplices, pague R$ 200 mil de indenização a cada um dos filhos da vítima. Jean Aldemar de Ávila Weber e José Carlos Neves Moreira ainda devem ser levados a julgamento.