Lava Jato: defesas de Lula, Frei Chico e Odebrecht reagem a denúncia de “mesada”

Segundo a acusação, entre 2003 e 2015, o irmão de Lula recebeu mais de R$ 1,13 milhão por meio de "mesadas" variando de R$ 3 mil a R$ 5 mil

São Paulo - Fachada da construtora Odebrecht em São Paulo.

Horas após a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o irmão dele, Frei Chico, por corrupção passiva continuada, a defesa de ambos se manifestou, repudiando o teor da peça. Também foram denunciados, pelo crime de corrupção ativa continuada, Emilio e Marcelo Odebrecht, donos da empreiteira Odebrecht, e Alexandrino de Salles Ramos Alencar, ex-diretor da empresa, que emitiu nota no fim da tarde.

Segundo a acusação, entre 2003 e 2015, o irmão de Lula recebeu mais de R$ 1,13 milhão por meio de “mesadas” variando de R$ 3 mil a R$ 5 mil em troca de benefícios diversos obtidos pela Odebrecht junto ao governo federal.

A Odebrecht declarou que “com atuação ética, íntegra e transparente”, vem colaborando “com as autoridades de forma permanente e eficaz, em busca do pleno esclarecimento de fatos do passado.”

Cristiano Zanin Martins. advogado de Lula, afirmou também por nota que a denúncia “repete as mesmas e descabidas acusações” já apresentadas em outras ações penais contra o ex-presidente. “Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer ‘pacote de vantagens indevidas’, tanto é que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente”.

O advogado Julio Cesar Fernandes Neves, que atua na defesa de Frei Chico, disse à TV Brasil que “a denúncia é uma calúnia a um inocente, com o objetivo de atingir o Presidente Lula”. O advogado sustenta queFrei Chico prestou serviços a Odebrecht, mas desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2003), o que “comprova que não houve tráfico de influência”. Disse ainda que “o delator (Alexandrino) calunia seu cliente com o objetivo claro de levar vantagem em futuras condenações que receba.”

Desde abril do ano passado, o ex-presidente Lula cumpre provisoriamente, na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, pena de oito anos, 10 meses e 20 dias por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).