A Assembleia Legislativa realizou, nesta quarta-feira, uma audiência pública para discutir a venda de ações do Banrisul. O evento foi proposto pelos deputados estaduais Sebastião Melo (MDB) e Fábio Ostermann (Novo). Os parlamentares discutem os reflexos da operação nos cofres do Estado. Um dos convidados da audiência foi o ex-presidente do Banrisul Mateus Bandeira. O consultor de empresas ocupou o cargo no governo de Yeda Crusius. Para Bandeira, que defende a privatização do banco, a venda de ações causa prejuízos ao Rio Grande do Sul. “O governador [Eduardo Leite] sabe disso, tanto que criticou o governador anterior, o Sartori, pela venda que ele fez”, afirmou.
O governo gaúcho decidiu não enviar nenhum representante ao debate, dizendo que a operação é protegida por sigilo. No entanto, o governador falou sobre a questão após um evento realizado no Palácio Piratini. Eduardo Leite criticou Bandeira, que foi candidato ao governo pelo partido Novo em 2018 e é dono de ações do banco. “A provocação da audiência é feita por um candidato derrotado nas eleições”, lembrou. “Os gaúchos não querem a venda do Banrisul”, ressaltou Leite.
Começou, neste momento, na AL, a audiência pública sobre a venda de ações do Banrisul. Governo não enviou nenhum representante. O ex-presidente do banco Mateus Bandeira, autor de ação contra a operação, e presidente do Sindibancários, Everton Gimeniz, participam. @RdGuaibaOficial pic.twitter.com/gJDDay8N8c
— Gustavo Chagas (@gmchagas) September 4, 2019
Os bancários, por sua vez, discordam do fim proposto por Bandeira, que é a privatização total do Banrisul. O sindicato da categoria também demonstra preocupação com a operação realizada pelo governo. Segundo o presidente do SindBancários, Everton Gimeniz, o Piratini quer usar o Banrisul para custear a folha de pagamento do Executivo. “É ridículo o que ele está fazendo, está, simplesmente, fatiando e enfraquecendo o banco”, afirmou.
Na última semana, o Judiciário acatou um pedido do Estado autorizando a venda de ações do Banrisul. A decisão destacou o poder constitucional reconhecido ao governador de, no exercício da gestão administrativa, buscar alternativas para o enfrentamento da crise econômica do Rio Grande do Sul.