Começou nesta quarta-feira o segundo e último dia de julgamento de João Moojen Neto, acusado de tentativa de homicídio de Bárbara Penna e pelas mortes dos dois filhos dela e do vizinho das vítimas, Mário Ênio Pagliarini. Antes do início da sessão no Foro Central de Porto Alegre, Bárbara foi breve no atendimento à imprensa e disse que está confiante e afirmou que espera pelo dia de hoje há seis anos.
De acordo com o assistente da acusação Manoel Castanheira, o objetivo da acusação será explorar as contradições que apareceram ainda na primeira sessão do julgamento, realizada nessa terça. “Há informações bem interessantes que foram corroboradas por todas as testemunhas. Há elementos esparsos nos depoimentos que nos dão um perfil do réu. Isso é o esclarecimento dos fatos”, argumentou Castanheira.
A defensora pública Tatiana Kosby Boeira afirmou nesta quarta que a defesa de Moojen Neto irá também explorar as contradições, visto que, no parecer dela, o réu não teria discernimento para entender o que estava acontecendo no caso. “As contradições só reforçam a incapacidade do réu. O interrogatório do delegado com o João foi realizado em afronta aos princípios básicos constitucionais, em estado de drogadição, o que está comprovado no processo. Uma série de situações foram conduzidas com as afirmativas do delegado e o João simplesmente consentia. Nós vamos mostrar justamente as dificuldades do João de discernir o que estava acontecendo”, explicou a advogada.
Hoje, os debates iniciam com exposição da acusação, seguida da apresentação da defesa. Tempo é de uma hora e meia para cada uma das partes. Caso desejem, terão uma hora cada para réplica e tréplica.
O crime
Em novembro de 2013, João Moojen Neto entrou em discussão com a então esposa Bárbara Penna no apartamento em que o casal residia, no bairro Jardim Lindoia, na zona Norte de Porto Alegre. Neto colocou fogo no imóvel e agrediu Bárbara, que sofreu diversas queimaduras.
Isadora Penna de Moraes Moojen, de dois anos, e João Henrique Penna de Moraes Moojen, de quatro meses, morreram em razão do fogo. Um vizinho, Mário Ênio Pagliarini, de 76 anos, também foi encontrado morto nas escadas do prédio.
*Com informações da repórter Jéssica Moraes