O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., assinou hoje o termo de permissão de uso da Casa da Estrela, no bairro Petrópolis. O imóvel, de mais de 60 anos, é uma referência para a comunidade, tanto pela importância de arquitetura, quanto pela relação com a história do bairro. A cerimônia, no Paço Municipal, contou ainda com as presenças do secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, e de representantes da Associação dos Escultores do Estado do Rio Grande do Sul (Aeergs).
O presidente da associação, Lucas Strey, disse que serão necessários mais de R$ 500 mil para recuperar a casa, de estilo neocolonial californiano, construída em 1946 e localizada na rua Camerino. “A ideia é transformar a casa em um centro cultural onde serão realizados cursos de escultura, oficinas de educação patrimonial e também disponibilizar a comunidade um memorial da Aeergs sobre a história da casa e da escultura no Rio Grande do Sul”, ressaltou.
Marchezan Júnior assinou o decreto municipal que autoriza a associação a utilizar o espaço. O imóvel, de 165 metros quadrados, vai ser transformado em centro de ações culturais a fim de resgatar o convívio dos moradores e valorizar o patrimônio cultural e artístico da cidade. O imóvel vai ser recuperado para que passe a receber cursos de escultura, jardim com monumentos, oficinas de educação patrimonial e exposições de arte e história.
Segundo Alabarse, o imóvel sofreu com as ações do tempo devido a impasses de administração, invasões e processos de reintegração de posse. “É um final feliz de uma novela que levou 15 anos para se resolver. Agora, finalmente, a gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior deu uma destinação para que a população tenha mais acesso à arte e à cultura”, explicou.
Inicialmente, serão realizadas intervenções necessárias para abrir a casa. Os recursos serão obtidos através das leis de incentivo à cultura estadual e federal, e fundos como o Fumproarte, FAC RS e Funarte. “A meta inicial é a recuperação do espaço físico seguindo as exigências da legislação. Depois, estabeleceremos um plano de ações culturais que atenda a todos os interesses da comunidade do Petrópolis e os demais bairros”, destacou o presidente da associação, Lucas Strey. O historiador João De Lo Santos, que acompanha o processo desde 2004, disse que o imóvel é conhecido como Casa da Estrela devido à estrela de pedra desenhada na entrada.
Em função de elementos arquitetônicos peculiares, da arquitetura antiga e vegetação alta, a residência passou a ser associada ao misticismo por moradores da região. O antigo proprietário, o capitão Mário Fernandes Pantoja, tinha fama de esotérico e raramente era encontrado pelos vizinhos. O militar baiano faleceu em 2002.