Por meio de um vídeo, publicado nesta terça em redes sociais, o secretário estadual de Educação, Faisal Karam, garantiu que os 19 mil professores contratados, em regime temporário, para a rede pública não vão ser dispensados ao fim do ano. Ele revelou ainda, que a Seduc vai pedir à Assembleia a prorrogação desses contratos, em complementação ao projeto para contratar mais cinco mil educadores. O anúncio ocorre no mesmo dia em que o Cpers/Sindicato promoveu manifestação, em defesa dos contratos emergenciais, em frente ao Palácio Piratini, no Centro de Porto Alegre.
Kaisam explica que o que pode ocorrer é uma realocação de professores de uma escola para outra. “Mas os contratos não serão interrompidos em hipótese alguma”, afirmou. Segundo o titular da Seduc, o pedido de complementação de mais cinco mil matrículas, feito há 40 dias, deve suprir, em maioria, os pedidos de aposentadoria da categoria. “São cerca de 20 certidões expedidas por dia, é um volume grande de encaminhamentos”, enfatiza o secretário.
Karam também disse que pretende realizar um concurso público, outra reivindicação dos professores, mas que isso depende de outros fatores. “Essa pauta está atrelada ao regime de recuperação fiscal do Estado e ao Tribunal de Contas”, concluiu.
Centenas de professores e funcionários de escolas participaram do ato, nessa manhã, na Praça da Matriz. Muitos deles visitaram gabinetes de deputados na Assembleia, para pedir apoio à aprovação da emenda parlamentar ao PL 392, que autoriza o Executivo a contratar os 5 mil emergenciais.
Atendidos parcialmente, os professores continuarão atentos, conforme a presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar. “Continuaremos fazendo pressão. Porque ainda precisamos discutir o salário. Temos colega com dívida no Banrisul e com cartões bloqueados. A situação é terrível”, lembra Helenir. Parte dos educadores da rede estadual participa, desde ontem, de uma paralisação de dois dias, liderada pelo sindicato, para exigir reposição emergencial de 28,78% e pagamento em dia.
Na próxima terça-feira, a categoria deve retornar à Praça da Matriz para pressionar os trabalhos da Comissão de Educação da Assembleia. “Precisamos ter a garantia de que o ano letivo de 2020 inicie com o quadro completo de professores e funcionários de escola”, completou Helenir.