Educadores da rede estadual de ensino fizeram, hoje, o primeiro de dois dias de paralisação das atividades em protesto contra o 45º mês de atraso na folha salarial de professores e servidores de escola no Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou ter recebido o retorno de algumas Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), que relataram adesão baixa ao movimento. Já o Cpers Sindicato disse não ter computado números parciais da paralisação, que prossegue nesta terça.
A reportagem do Correio do Povo visitou, em Porto Alegre, cinco escolas, pela manhã. Duas delas (colégios Júlio de Castilhos e Ernesto Dornelles) não tiveram atividades. Nas instituições de ensino Paula Soares e Protásio Alves, o dia letivo era normal, com a presença de professores em sala de aula. Na última, docentes e estudantes participaram de reuniões do conselho de classe.
No colégio coronel Afonso Emílio Massot, no bairro Azenha, os docentes organizaram reuniões com os líderes de turma para explicar a adesão ao movimento. A instituição de ensino, que conta com 900 alunos e 60 professores, participa amanhã de uma manifestação na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Porto Alegre.
A presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, disse que o magistério é “uma categoria que vem sendo desrespeitada pelo Executivo que decidiu priorizar outras áreas”. O sindicato lembrou que a primeira faixa da folha de agosto vai ser paga só em 10 de setembro para quem recebe até R$ 1,1 mil. No dia 11, serão quitados os salários de quem recebe até R$ 2,5 mil. A expectativa é de a quitação da folha só ocorra em 11 de outubro. Segundo a última assembleia geral dos professores, a categoria deve cruzar os braços no primeiro dia útil de cada mês posterior ao atraso salarial. A pauta de reivindicação da categoria abrange reposição emergencial de 28,78%, pagamento em dia e realização de concurso público para professores e funcionários de escola.
Nesta terça, ocorre o Ato Estadual em Defesa dos Contratados, pela não demissão, por concurso público e reajuste salarial. A manifestação ocorre na Praça da Matriz, a partir das 10h. O objetivo é pressionar os deputados para que aprovem uma emenda parlamentar ao projeto de lei 392/2019, que autoriza o Poder Executivo a realizar a contratação emergencial de cinco mil professores e sinaliza para a realização de concurso público a partir de 2020. Protocolada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada estadual Sofia Cavedon (PT), a emenda propõe garantir a manutenção dos atuais contratos emergenciais até que sejam substituídos pelas nomeações.