Condenados cinco sócios de empresa acusada de vender água contaminada no Vale do Taquari

Operação do MP, em junho de 2016, cumpriu mandados em Pernambuco e nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Progresso e Lajeado

Foto: Divulgação/MP

A Justiça de Lajeado, no Vale do Taquari, condenou cinco sócios-proprietários da Mineração Campo Branco Ltda. pelos crimes de organização criminosa e de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produto alimentício. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, a empresa vendeu água mineral contaminada com níveis acima do permitido em coliformes fecais, limo e mofo, além da bactéria Pseudomonas aeruginosa, que causa infecções respiratórias, urinárias e da corrente sanguínea em pessoas com a saúde debilitada, e de partículas de sujeira.

A pena imposta a cada um deles é de oito anos e dois meses de prisão em regime inicial fechado. A decisão também condenou dois funcionários da empresa, pelo crime de organização criminosa, a três anos e meio de reclusão, substituída em prestação de serviços à comunidade no valor de uma hora para cada dia de pena. O MP postulou a extinção da punibilidade para um oitavo réu, que era coordenador regional de Saúde e faleceu durante o processo. Uma mulher acabou absolvida. Os réus ainda podem recorrer em liberdade.

O grupo se tornou réu após as promotorias responsáveis terem deflagrado a Operação Gota D’Água, em junho de 2016, cumprindo mandados em Pernambuco e nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Progresso e Lajeado.

Dois sócios da Campo Branco chegaram a ser presos sob a justificativa de que agiram com dolo na venda da água. A denúncia apontou que eles tinham conhecimento, através de laudos encomendados pela empresa, de que bactérias haviam contaminado o produto.

Na época, a Fepam interditou a sede da Campo Branco, em Progresso, e lacrou os dois poços de extração de água, em função da falta de condições de higiene. A empresa envasou água para as marcas Do Campo, Carrefour, Biri Biri e Roda D’Água. Foram emitidas circulares a todas as vigilâncias sanitárias do Rio Grande do Sul para a retirada de lotes contaminados do mercado.