O superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, foi exonerado do cargo. A decisão aparece no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
A mudança já havia sido anunciada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, em 15 de agosto, o que surpreendeu a PF, uma vez que a definição dos superintendentes regionais é de responsabilidade do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
O motivo, segundo Bolsonaro, é “produtividade”. O R7 apurou que a decisão já havia sido tomada, cerca de três meses atrás.
Saadi permanecia à frente da PF do Rio desde abril de 2018. Ele é delegado federal há 17 anos (desde 2002) e, durante seis anos, comandou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, que firmou acordos internacionais importantes durante a Operação Lava Jato. Por menos de um ano, chefiou a Superintendência da PF no Rio Grande do Sul.
O delegado é formado em Direito pela Universidade Mackenzie, em 1999, e em Ciências Econômicas pela PUC-SP. Concluiu mestrado e doutorado em Direito Político e Econômico no Mackenzie.
Celular
Saadi é o delegado que esqueceu o celular em carro de aplicativo, na zona sul do Rio de Janeiro, e mobilizou a PF e Polícia Militar para recuperar o aparelho.
Quinze policiais militares e federais, em cinco viaturas, fizeram uma operação na comunidade das Três Pontes, em Cosmos, na zona Oeste do Rio. Mas o objetivo não era prender bandidos nem apreender drogas ou armamento. Todo o aparato foi para recuperar o celular do delegado, que continha informações confidenciais e tinha sido levado, ainda que sem querer, pelo motorista do aplicativo. A operação durou duas horas.
A PF do Rio negou que Saadi tenha perdido o celular e que tenha montado operação para recuperá-lo. Informou ainda que o delegado foi a Brasília no dia 9 e retornou ao Rio apenas no dia 13. O R7, no entanto, confirmou com cinco fontes diferentes, no Rio e em Brasília, a perda do celular e a operação para recuperá-lo.