Ex-presidente do Banrisul descarta recorrer de decisão que manteve venda de ações

Medida é considerada vitória para a Procuradoria Geral do Estado

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Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Proponente de ação judicial que tentou barrar a venda de ações do Banrisul, o ex-presidente do banco, Mateus Bandeira, disse hoje que não pretende recorrer da decisão desta quinta-feira, que manteve a operação. Bandeira lamentou a revogação da liminar que suspendia a venda de ações, proferida pelo juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Vanderlei Deolindo. “Tentei evitar com ação popular. Conseguimos, mas foi revogada. Recebo com tranquilidade, mas também com perplexidade”, disse Bandeira, ao programa Esfera Pública, nesta quinta-feira.

Consultor de empresas, Bandeira criticou esse tipo de medida, colocada em prática também por governos anteriores. “Os governos vêm fazendo isso ao longo dos anos e a situação persiste. Cada um resolve o seu problema durante o seu mandato olhando para o curto prazo, olhando para o seu capital político.  Decisões como esta vão permitir que mais uma vez isso seja feito”, lamentou. 

O empresário adverte que o repasse dos papéis a terceiros pode ocasionar um prejuízo bilionário aos cofres do Rio Grande do Sul e salientou o trecho da sentença que cita que “o ideal de melhor preço é válido”, mas que “talvez fique comprometido diante da imperiosa necessidade de fazer caixa”. “A justiça admite que pode vender por um valor menor do que vale pela necessidade de fazer caixa. O espírito da ação popular era justamente impedir que iniciativas como essa pudessem ser levadas adiante”, disse.

A revogação é considerada uma vitória para a Procuradoria Geral do Estado (PGE). Segundo o procurador-geral, Eduardo Cunha da Costa, “a PGE e o governo do Estado sempre tiveram a convicção acerca da lisura e correção do procedimento adotado para a venda das ações do Banrisul e agora, ao ter acolhido nosso recurso pela justiça, restou expressamente reconhecido que não existe nenhuma ilegalidade a impedir o prosseguimento do processo de venda”.