Após semanas de confronto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deram sinais de alinhamento e trocaram afagos em evento de lançamento do “Em Frente, Brasil”, realizado nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O primeiro sinal de reaproximação ocorreu no começo do evento. A pedido de Bolsonaro, o ministro atrasou a descida pela rampa que leva ao salão do evento para acompanhar o presidente. Na rampa, eles se abraçaram e foram aplaudidos pelos presentes. Depois sentaram um ao lado do outro. Os demais ministros desceram separadamente.
Em discurso, Bolsonaro disse que Moro “é um patrimônio nacional” que abriu mão de 22 anos de magistratura “não para entrar numa aventura, mas sim na certeza que todos nós juntos podemos fazer melhor para nossa pátria”.
O presidente afirmou mais de uma vez que deu “liberdade” para que os ministros trabalhem, já quem “devem satisfação ao povo brasileiro”. Já o ministro declarou que a criminalidade vem caindo em ritmo mais rápido no governo Bolsonaro, o que, segundo ele, não é corretamente observado pela imprensa. Moro disse não se lembrar “de outro período com redução de 20% dos homicídios nos 4 primeiros meses de governo”.
O “Em frente Brasil” prevê a união das forças de segurança municipal, estadual e federal para atacar o problema de violência urbana. O projeto-piloto vai ser desenvolvido em cinco cidades, uma em cada região do País: Ananindeua (PA), Paulista (PE), Caiacica (ES), São José dos Pinhais (PR) e Goiânia (GO). A ideia é aliar ações sociais e econômicas e medidas de segurança pública.
Reaproximação
A reaproximação vinha sendo sinalizada durante a semana. Bolsonaro e Moro tiveram uma conversa reservada no Planalto terça-feira, quando analisaram uma suposta “rede de intrigas” com o objetivo de desgastar a relação dos dois, como noticiou o Estadão. Horas após o encontro, ambos trocaram afagos nas redes sociais: Moro tuitou que o presidente assumiu compromisso com o combate à corrupção. Bolsonaro respondeu: “Vamos, Moro!”.