Em nova reportagem que revela troca de supostas mensagens através do aplicativo Telegram, integrantes da da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba ironizaram a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e o luto do ex-presidente Lula. As mensagens de chats privados foram enviadas por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e analisadas em parceria com o UOL.
Os diálogos também mostrariam que procuradores divergiram sobre o pedido de Lula para ir ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, em janeiro passado, quando o ex-presidente já se encontrava preso. O temor era de que ocorressem manifestações políticas em favor de Lula. A morte do neto do ex-presidente, Arthur Araújo da Silva, 7 anos, também foi assunto em grupo de mensagens de integrantes do Ministério Público Federal (MPF).
Marisa Letícia sofreu um AVC hemorrágico em 24 de janeiro de 2017. Em troca de mensagens, o procurador Januário Paludo, conforme mostra a reportagem, respondeu “estão eliminado testemunhas…” ao comentário de Deltan Dallagnol de que ela chegou ao hospital “como vegetal”.
A morte encefálica da ex-primeira-dama foi confirmada em 3 de fevereiro de 2017. Na véspera, a procuradora da República Laura Tessler, do MPF (Ministério Público Federal) em Curitiba, sugeria que Lula faria uso político da perda da mulher.
Com a morte do neto de sete em março deste ano, Lula obteve autorização judicial e foi ao enterro em uma aeronave cedida pelo governo do Paraná. Deltan teria encaminhou aos colegas notícia sobre um contato telefônico feito entre Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes em que o ex-presidente teria se emocionado. O procurador Roberson Pozzobon comenta no grupo “Filhos de Januário 4” que essa era uma “estratégia para se ‘humanizar’, como se isso fosse possível no caso dele rsrs”.
Procurada pelo Uol, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse que não poderia se manifestar sem ter acesso integral às conversas. O espaço continua aberto a manifestações de seus procuradores.