Oposição protocola CPI contra Marchezan e vereador da base denuncia “circo” na Câmara

Investigação tem como base supostas irregularidades apontadas em processo de impeachment recusado nesta segunda-feira

CPI proposta por Robaina (PSOL) foi ironizada por Barboza (PSDB) | Foto: montagem sobre Divulgação/CMPA

A oposição ao governo Marchezan na Câmara de Vereadores de Porto Alegre protocolou, nesta manhã, um pedido de abertura de CPI para apurar supostas irregularidades na gestão. O líder do bloco, vereador Roberto Robaina (PSOL), afirma ter garantido mais de 12 assinaturas, o necessário para abrir a comissão de inquérito. O documento tem como base as denúncias levantadas pelo pedido de impeachment derrubado em plenário nessa segunda-feira. Robaina destacou a consistência das denúncias, mas afastou hipótese de um pré-julgamento do prefeito. “Ali existem elementos importantes para ser investigados”, avaliou Robaina.

Três acusações sustentam a denúncia. Vereadores questionam a relação da Prefeitura com o empresário Michel Costa. Ele ocupou cargos na Procempa e na Carris e era sócio da empresa que testou o GPS dos ônibus da companhia. O modelo de contratações via Banco de Talentos e a locação do prédio que abriga a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico também são temas da investigação.

Para o vereador Moisés Barboza (PSDB), a CPI tem caráter eleitoreiro. Aliado do prefeito Nelson Marchezan Júnior, o parlamentar ironizou, dizendo que a oposição deveria “procurar um circo, um palco”. “Se algum legislador sério tem alguma denúncia para fazer, registra um boletim de ocorrência”, cobrou Barboza.

Os vereadores que assinaram o requerimento de abertura de CPI foram Professor Alex Fraga, Karen Santos e Roberto Robaina (PSOL); Aldacir Oliboni, Adeli Sell, Engenheiro Comassetto e Marcelo Sgarbossa (PT); Mauro Zacher e Márcio Bins Ely (PDT); Mônica Leal, Cassiá Carpes, João Carlos Nedel e Ricardo Gomes (PP); Cláudia Araújo (PSD); e Felipe Camozzato (Novo).

Impeachment

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre rejeitou, na tarde desta segunda-feira, o quarto pedido de impeachment protocolado na Casa contra o prefeito. Por 22 votos a 11, mais duas ausências, o processo foi arquivado.