Governadores da Amazônia Legal defendem uso do dinheiro do G-7

Presidente afirmou que vai aceitar ajuda internacional mediante retratação do presidente da França

Foto: Marcos Corrêa / PR

Antes da reunião com o presidente Jair Bolsonaro, governadores da Amazônia Legal defenderam aceitar recursos de outros países para combate ao incêndios na floresta. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), apelou ainda para que as ofertas sejam ampliadas, além dos R$ 83 milhões já oferecidos pelo G-7. Barbalho evitou entrar em polêmica com o governo federal e não se posicionou sobre recusar a oferta do grupo de países mais ricos do mundo – medida anunciada pelo Planalto, nessa segunda-feira.

Bolsonaro condicionou, nesta terça, receber o dinheiro a uma retratação do presidente da França, Emmanuel Macron. Aliado do Planalto, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), disse que toda a ajuda é bem-vinda. Ele defendeu ampliação sobre quais áreas podem ser exploradas na região, seguida da regularização fundiária. “Assim fica claro quando se comete um crime ambiental”, declarou.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), também disse que a região precisa dos recursos do G-7. Ele defendeu ainda elaboração de uma “política permanente de combate ao desmatamento”.

Barbalho: “temos que tocar a vida” 

Após uma crítica do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Augusto Heleno, ao presidente da França, Emmanuel Macron, o governador do Pará, Hélder Barbalho, disse ainda que “estamos dando muita importância para este tipo de comentário” e que “temos de cuidar do nosso país e tocar a vida”.

Antes do comentário, o militar havia chamado a postura do chefe do Palácio dos Eliseus de “molecagem”. Macron sugeriu nessa segunda-feira abrir discussão sobre internacionalização da floresta.

Para Barbalho, “estamos perdendo muito tempo com o Macron”. “Temos de cuidar dos nossos problemas e sinalizar para o mundo a diplomacia ambiental, que é fundamental ao agronegócio”, declarou, nesta terça-feira.

Considerado um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do GSI disse que a “mentalidade colonialista” de Macron é “triste”. “A França não pode dar lição para ninguém nesse aspecto. Por onde passaram, deixaram rastro de destruição”, afirmou. Ele fazia referência ao Haiti, onde atuou como militar nos anos 2000.