O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse hoje que a ajuda prometida pelo G7 aos países afetados pelos incêndios na região amazônica é bem-vinda. Salles ressaltou que os recursos serão utilizados segundo critérios estipulados pelo Brasil.
“Quem vai decidir como usar recursos para o Brasil é o povo brasileiro e o governo brasileiro. De qualquer forma, a ajuda é sempre bem-vinda”, disse em evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi).
Os países do G7 concordaram, nesta segunda-feira, em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas na Amazônia, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves de combate a incêndios do tipo.
O ministro Ricardo Salles pediu ainda aos países desenvolvidos e ao G7 o pagamento de US$ 2,5 bilhões referentes ao chamado mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), referentes à queda na emissão de gás carbônico, acertada ainda no Protocolo de Quioto, em 2005.
Garantia da Lei e da Ordem
O ministro também elogiou a medida do presidente da República, Jair Bolsonaro, de autorizar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com finalidade ambiental. “É absolutamente louvável de ser aplaudida a postura do presidente Bolsonaro que decretou pela primeira vez a aplicação do decreto de garantia da lei e da ordem de visão ambiental para proteger a Amazônia, para proteger a floresta, cujo desmatamento vem aumentando desde 2012”, disse.
O ministro voltou a ressaltar que as queimadas ocorrem ano a ano, oscilando em intensidade. “Infelizmente este é um ano que aumentou muito [a queimada] porque está muito quente, muito seco. O ano passado e retrasado foram queimadas menores. Já o ano de 2016, [os] números [foram] próximos a este ano. Então, se você olhar a série histórica para trás, nós vimos que isso vem oscilando de acordo com essas características, clima seco e tempo quente”, disse.
Quanto ao aumento do desmatamento, Salles disse que ocorre em razão de pressões da economia informal e da ausência de desenvolvimento econômico sustentável. “Você ter ausência de desenvolvimento econômico sustentável, ausência de oportunidades formais, regularizadas, que sigam modelos, que possam ser licenciados, ausência disso, gera o caos a que estamos assistido nos últimos 20 anos.” “Como dar desenvolvimento econômico e sustentável para uma região onde vivem 20 milhões de brasileiros? É fazer de conta que eles não estão lá? Congelar a Amazônia? Não me parece que funcionou”, avaliou.