Justiça proíbe “Pega do Porco” em Araricá por estresse físico e psicológico de leitões

Disputa havia sido incluída na programação da Festa das Azaleias, neste sábado

Foto: Divulgação

A Justiça proibiu a realização do evento chamado “Pega do Porco na Lama”, pela Prefeitura de Araricá, no Vale dos Sinos. O Tribunal de Justiça acatou pedido de ação civil pública contra o Município movido pelo Movimento Gaúcho de Defesa Animal (MGDA), sob alegação de que o jogo causa sofrimento animal – físico e psicológico.

Na disputa, incluída na programação da Festa das Azaleias, neste sábado, dez participantes tinham prazo de um minuto cada para capturar e imobilizar um leitão, em uma arena com lama. A desembargadora Matilde Chabar Maia citou laudos comprovando que a atividade de perseguição e captura a que se submetem os leitões gera estresse psicológico, por se trataram de animais sencientes, capazes de sentirem emoções, como angústia e pavor.

“É importantíssimo que nenhum animal seja submetido a esse nível de estresse, pois aqui chegamos ao limite entre vida e morte. Além de todas essas mudanças biológicas e psíquicas que esse tipo de atividade causa nos animais, existem os riscos de ocorrerem acidentes físicos”, frisou a magistrada. Ela também mencionou vídeos e fotos de divulgação do evento, mostrando que os animais não são poupados de lesões, já que em algumas situações o participante joga-se de corpo inteiro por cima deles para fazer a captura.

Uma liminar já havia sido concedida proibindo a atividade e o Município recorreu. Segundo a Prefeitura, além de ter representatividade cultural e desportiva, o evento conta com apoio da comunidade. A multa é de R$ 30 mil por evento em caso de descumprimento da decisão.