Executiva nacional do PSDB rejeita expulsão de Aécio Neves

Foram 30 votos a favor e quatro contra o deputado

Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

A executiva nacional do PSDB rejeitou o pedido de expulsão do partido do deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Em uma reunião que durou cerca de cinco horas, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou parecer contra a representação feita pelos diretórios municipal e estadual do partido em São Paulo que pedia a saída do ex-candidato à Presidência da República. Sabino considerou que não havia motivos e pediu pela rejeição, já que Aécio nunca teve condenações. As informações foram veiculadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A maioria dos membros presentes votou com o relator e, com isso, o pedido acabou rejeitado. Foram 30 votos a favor. Apenas quatro foram contra o relatório, defendendo a expulsão: o ddeputado Samuel Moreira (PSDB-SP), o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, o tesoureiro do partido César Gontijo e o secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido. Houve uma abstenção do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP).

A rejeição do pedido de expulsão é considerada como uma derrota ao governador de São Paulo, João Doria, um dos principais defensores da expulsão de Aécio do partido. O movimento para expulsar Aécio é parte do que Doria chamou de “faxina ética” no PSDB, que ano passado teve o pior desempenho eleitoral da história. Há o temor de que a permanência de Aécio no partido atrapalhe os planos eleitorais de Doria, para a Presidência em 2022, e de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que disputa a recondução ao cargo nas eleições do ano que vem.

Ainda conforme o Estadão, o presidente do partido, Bruno Araújo, disse que a decisão foi democrática e negou que ela tenha significado uma derrota a Doria. “João Doria é um aliado e um pré-candidato a presidente de todos nós no partido. É uma discussão aparteada de relações pessoais e políticas”, disse.

Relembre

Aécio é alvo de ao menos oito inquéritos, abertos após delações da Odebrecht, da JBS e do ex-senador petista Delcídio do Amaral, e também é réu ainda não julgado, sob acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Para alguns, ele é uma mancha na imagem dos tucanos e, para outros, está apenas sendo sacrificado em prol da pré-campanha de Doria ao Palácio do Planalto.

O que disse o deputado

Para Aécio, a decisão do partido foi democrática. “O partido tomou uma decisão serena e democrática, não há aqui vitoriosos e vencidos”, afirmou. Questionado se a decisão era uma derrota a Doria, ele disse que não vê dessa forma. “A decisão respeita estatuto e história daqueles que construíram história do PSDB”, completou.