Egípcio procurado pelo FBI desmente acusação de terrorismo

Ibrahim prestou depoimento nesta quinta-feira à Polícia Federal, em SP

Foto: FBI / Reprodução

O egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim prestou depoimento, na tarde hoje, à Polícia Federal (PF) em Guarulhos, na unidade do Aeroporto Internacional de Cumbica. Segundo o advogado de defesa, Ronaldo Vaz de Oliveira, Ibrahim reafirmou não ter envolvimento algum com terrorismo, e que as acusações recebidas decorrem da posição política que mantinha no Egito.

“Ele não teve nenhum convívio com nenhum grupo terrorista como Al-Qaeda, Estado Islâmico, nunca foi dado a práticas criminosas, de porte de armas, ou explosivos, ou aliciar, ou mesmo movimentar dinheiro com essa finalidade, nunca teve nenhum tipo de atuação nesse sentido”, disse o advogado. Ibrahim foi liberado após o depoimento.

Oliveira disse que membros do FBI compareceram à unidade da Polícia Federal em Guarulhos, mas não participaram do depoimento. “O FBI só queria ouvi-lo se não fosse acompanhado de advogado, se pudesse ouvi-lo sozinho. Então eu não permiti isso, a gente optou por não deixar. Isso é uma grave violação aos direitos da pessoa, não aceitamos que ele fosse interrogado ou prestasse quaisquer [informações], ou conversasse com o FBI sem a presença do advogado e de um tradutor”, disse Oliveira.

Ibrahim foi incluído na última segunda-feira, pelo Departamento de Justiça do Governo norte-americano (FBI), na lista de suspeitos de envolvimento em terrorismo. Ele era procurado pelos Estados Unidos para interrogatório.

De acordo com o Ministério da Justiça brasileiro, o egípcio ingressou no país em 2018, obteve a autorização de residência e está em condição migratória regular. “O governo brasileiro está aberto a cooperar com as autoridades norte-americanas no que for solicitado, nos termos de nossa legislação, e está acompanhando o caso”, disse a pasta, em nota conjunta com o Ministério das Relações Exteriores.