Justiça suspende prisão domiciliar de Roger Abdelmassih

Livro apontou que ex-médico tomou remédios de propósito para alterar a conclusão da perícia judicial

A juíza Andrea Barreira Brandão, da 3ª Vara de Execuções Penais, suspendeu a prisão domiciliar do ex-médico Roger Abdelmassih e o mandou para o Hospital Penitenciário de São Paulo. O réu é condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a juíza considerou “graves denúncias” apontando indícios de que o réu ingeriu remédios que levaram a “complicações e descompensações intencionais, a fim de alterar a conclusão da perícia judicial”. De acordo com ela, é preciso que Abdelmassih permaneça em ambiente controlado, “recebendo seu arsenal terapêutico de forma regular e sob supervisão médica, até a realização de nova perícia judicial”.

A denúncia “grave” à qual a magistrada se refere é revelada no livro ‘Diário de Tremembé’, do ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Acir Filló, que está preso na penitenciária no interior de São Paulo. Ele relata que o médico Carlos Sussumu, que também está preso, ajudou Abdelmassih a manipular o estado de saúde para enganar a perícia.

Especialista em reprodução humana, Roger Abdelmassih chegou a ser condenado em 2010 a 278 anos de reclusão por 48 crimes de estupro contra 37 pacientes, entre 1995 e 2008.

Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, porém, permitiu ao ex-médico recorrer da sentença em liberdade. Em 2011, com a decretação da prisão, Abdelmassih passou a ser considerado foragido. Três anos depois, ele acabou preso pela Polícia Federal em Assunção, no Paraguai.